A candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, anunciou nesta terça-feira (18) o plano Vida Digna, que reúne uma série de iniciativas em saúde, educação e cuidado com a mulher e tem o objetivo também de ampliar em 2,5 milhões as vagas em creches. “Educação da primeira infância. Ela precisa ser cuidada”, disse, em referência a uma de suas principais plataformas de governo.
A candidata da Rede visitou o Centro de Parto Humanizado Casa Angela, no Jardim Mirante, em São Paulo, instituição conveniada ao SUS. A agenda é um aceno ao eleitorado feminino, grupo em que Marina perdeu espaço de forma maciça nas últimas semanas. Ela liderava nas pesquisas de intenção de foto entre as eleitoras, mas acabou perdendo força.
Além das creches, o plano pretende ampliar o tempo de licença paternidade e, futuramente, dar a possibilidade de se criar uma licença parental, que possibilite o compartilhamento do período de licença entre mães e pais.
Diálogo
Marina fez duras críticas aos diálogos entre PT e PSDB que, segundo ela, seriam uma forma de combater a Operação Lava-Jato diante da vitória de alguma das siglas.
“PT e PSDB nunca conversaram para discutir os problemas da saúde, da segurança pública, da situação de sofrimento que a população está vivendo. Por que conversar agora? Com certeza o assunto deve ser que quem ganhar, sendo um deles, vai combater a ferro e fogo a Lava-Jato. É isso que eles querem conversar e é isso que eles têm conversado por baixo do pano”, afirmou.
Voto válido
A busca por conquistar o voto válido da população tem atraído diversos candidatos, como o tucano Geraldo Alckmin e o pedetista Ciro Gomes. A prática, segundo especialistas, tem contribuído para o recuo de Marina nas pesquisas de intenção de voto. A candidata da Rede, entretanto, defendeu que o eleitor não deve jogar fora seu voto logo no primeiro turno.
“Numa democracia, numa eleição de dois turnos, a gente não pode inutilizar o voto no primeiro turno. No primeiro turno a gente vota no candidato do sonho. E é isso que estamos debatendo com a sociedade brasileira”, afirmou.
Grupo de mulheres
Marina criticou no domingo (16) o ataque por hackers ao grupo “Mulheres Unidas contra Bolsonaro” nas redes sociais, que já conta com 2 milhões de participantes, e defendeu a punição por “instituições que cuidam pela democracia”.
Os hackers trocaram o nome do grupo para “Mulheres com Bolsonaro #17”. Perguntada por jornalistas se o Tribunal Superior Eleitoral deveria interferir no caso, Marina respondeu que a intervenção deve ser de “todas as instituições que têm o mandato constitucional de defender a democracia”.
“Os processos autoritários venham de onde vier, sejam de quem for, devem ser sempre repudiados e que as instituições tomem providências”, completou a candidata. “A nossa constituição assegura a liberdade de expressão”, afirmou ela. No começo da tarde de domingo, as mulheres recuperaram o grupo na rede social.
Marina afirmou que uma “visão política autoritária” está por trás dos hackers e que essas pessoas não respeitam a liberdade de expressão. A ex-ministra disse que durante a campanha de 2014 ela foi vítima de um ataque cibernético e esse tipo de crime está “ganhando proporção inaceitável” no Brasil e no mundo.
