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Em apenas uma hora, o temporal dessa sexta-feira atingiu mais da metade da média histórica de maio na área central de Porto Alegre

(Foto: Cesar Lopes/Arquivo PMPA)

O temporal que atingiu Porto Alegre no final da tarde dessa sexta-feira alcançou, em cerca de uma hora, mais da metade da média histórica de maio (94,6 milímetros) em bairros da área central. Houve uma série de transtornos, como alagamentos, quedas de árvores e lentidão no trânsito em diversos pontos da cidade da capital gaúcha.

De acordo com o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), até as 18h a precipitação chegou a 54 milímetros na Cidade Baixa e outros bairros da área central. No Partenon (Zona Leste) o índice foi de 38 milímetros, quatro a mais que no São João (Zona Norte).

A Defesa Civil prevê 5 a 10 milímetros de chuva para as próximas horas. O registro de demandas pela população pode ser feito por meio do serviço “Fala Porto Alegre” (telefone 156) a fim de que os técnicos possam deslocar as equipes para atendimento.

Já a EPTC (Empresa Pública de Circulação e Transporte) registrou a ocorrência de dois pontos com bloqueio total ao trânsito de veículos e outros 23 com interrupção parcial, devido aos alagamentos. Além disso, até o início da noite três semáforos estavam momentaneamente fora de operação e quatro árvores caíram. Os locais não foram divulgados.

Agentes foram deslocados para os pontos mais críticos e com mais risco de acidentes, a fim de monitorar o trânsito e orientar motoristas, passageiros e pedestres. A eventual persistência de problemas pode ser comunicada pelo telefone 118. Além disso, as informações são atualizadas na conta da EPTC no Twitter.

Equipes de manejo arbóreo da SMSUrb (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos) e do DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana) também trabalharam em ruas e avenidas vias com acúmulo de troncos, galhos, lixo e outros materiais. Moradores podem relatar problemas por meio do telefone 156.

A Casa de Bombas nº 16, próximo à Rótula das Cuias (imediações do Parque da Harmonia) ficou sem luz. O mesmo aconteceu com a estação de bombeamento de esgoto do Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos) na chamada “Ponta da Cadeia”, próximo à Usina do Gasômetro e que atende a região do Centro Histórico.

Justificativa

Em nota divulgada em site, a prefeitura afirmou que os transtornos causados pela forte chuva foram agravados pelo déficit histórico de drenagem e à falta de investimentos no setor. “Estudos apontam que seriam necessários pelo menos R$ 3 bilhões para que a cidade tivesse a sua infraestrutura próxima do ideal”, frisou o texto.

De acordo com o secretário municipal de Serviços Urbanos, Ramiro Rosário, a Capital tem redes pluviais com mais de 60 anos e insuficientes. Ele relatou que ao assumir a gestão, em 2017, as casas de bombas funcionavam com 40% da capacidade e haviam sido extintos contratos do ano anterior que apresentavam irregularidades.

“Foram implantados novos contratos, com foco na fiscalização e no controle dos serviços. Duplicamos a capacidade em 80%”, garantiu o secretário. “Na tarde dessa sexta-feira, as 21 casas de bombas de drenagem estavam funcionando, com exceção de duas que sofreram com queda de energia durante o temporal.”

(Marcello Campos)

 

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