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Em carta, diplomatas do Brasil pedem compromisso com a democracia

O estopim para a carta foi uma nota oficial divulgada pelo Itamaraty em resposta a críticas feitas por órgãos internacionais de direitos humanos sobre a violência policial no País. (Foto: Reprodução)

Um grupo de 90 diplomatas e 24 oficiais de chancelaria do Itamaraty divulgou, na quarta-feira (31), uma carta pública criticando o “uso da força” para conter manifestações e pedindo que líderes políticos “abram mão de tentações autoritárias, conveniências e apegos pessoais ou partidários em prol do restabelecimento do pacto democrático no País”.

O texto foi escrito coletivamente por diplomatas distribuídos por representações brasileiras em diferentes partes do mundo – de Nova York (Estados Unidos) a Moscou (Rússia) -, sem a participação da cúpula do Ministério das Relações Exteriores, chefiado desde março pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que participa nesta semana de reuniões em Washington (EUA).

“Repudiamos o uso da força para reprimir ou inibir manifestações. Cabe ao Estado garantir a segurança dos manifestantes, assim como a integridade do patrimônio público, levando em consideração a proporcionalidade no emprego de forças policiais e o respeito aos direitos e garantias constitucionais”, diz o texto.

Na carta pública, intitulada “Diplomacia e Democracia”, os autores se dizem preocupados com o “acirramento da crise social, política e institucional que assola o Brasil”, pedem diálogo para a “retomada de um novo ciclo de desenvolvimento, legitimado pelo voto popular” e afirmam que conquistas importantes para a sociedade e a relevância internacional do país “estão ameaçados”.

“Diante do agravamento da crise, consideramos fundamental que as forças políticas do país, organizadas em partidos ou não, exercitem o diálogo, que deve considerar concepções dissonantes e refletir a diversidade de interesses da população brasileira”, afirma o texto.

O estopim para a carta foi uma nota oficial divulgada pelo Itamaraty na sexta-feira (26), em resposta a críticas feitas por órgãos internacionais de direitos humanos sobre a violência policial no País.

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