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Em depoimento, Tarso diz que caixa 2 ocorre, mas não nas campanhas dele e de Lula

“Nas minhas eu tenho certeza que isso não ocorreu porque, formalmente, eu orientava os meus tesoureiros para que não fizessem", afirmou Tarso. (Foto: Reprodução)

Tarso Genro, que foi ministro da Justiça, da Educação e de Relações Institucionais durante o governo Lula, disse que depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava-Jato em primeira instância, que o sistema de caixa dois e o não registro de contribuições para campanhas eleitorais são, normalmente, “exigências de quem doa, e não de quem recebe”.

Genro também afirmou que, na opinião dele, o caixa dois deve ter existido em campanhas eleitorais de todos os partidos. “Nas minhas eu tenho certeza que isso não ocorreu porque, formalmente, eu orientava os meus tesoureiros para que não fizessem. E tenho certeza que o presidente Lula também sempre deu essa orientação”, relatou.

O ex-ministro foi ouvido como testemunha de defesa do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, na tarde desta quinta-feira (16), por videoconferência de Porto Alegre, na ação penal da Lava-Jato que envolve o caso do triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo.

Sobre a denúncia em relação ao triplex, Tarso Genro afirmou que não conhece a vida financeira privada do Lula. “Mas tenho conhecimento suficiente dele, da sua postura como político, como presidente da República, que ele jamais aceitaria qualquer beneficio indevido, decorrente de intercâmbio a partir das suas funções presidenciais”, disse.

Além de Lula, outras seis pessoas também são rés no mesmo processo. A esposa de Lula, Marisa Letícia, que morreu em 3 de fevereiro, também era ré nesta ação penal.

Segundo o ex-ministro, as doações não declaradas têm intenção de “obscurecer” o apoio político de setores interessados no processo eleitoral. Como solução, o ex-ministro acredita que é necessário realizar uma profunda reforma política no País.

“Não só orientando a legislação no sentido da votação em lista, para despersonalizar as relações políticas para garantir maiorias a partir das listas que são eleitas, e proibir o financiamento empresarial, tanto dos partidos quanto das campanhas. Eu acho que isso pode ajudar a corrigir essa deformidade do nosso sistema político”, declarou.

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