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Temer pede aplausos à plateia ao dizer que não aumentará o Imposto de Renda, depois da repercussão negativa sobre a possibilidade

Presidente discursou no Encontro Nacional de Comércio Exterior. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Um dia após admitir estudos para aumentar a alíquota do Imposto de Renda, o presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (9) que o tributo não será elevado. O governo já havia recuado na noite de terça-feira (8), depois da repercussão negativa à afirmação do presidente sobre os estudos.

“Quero dizer uma coisa para ganhar aplausos: até ontem se dizia na imprensa que iríamos aumentar o Imposto de Renda. Não é verdade. Não haverá aumento, absolutamente não haverá”, garantiu o presidente em discurso da abertura do 16° Encontro Nacional de Comércio Exterior, no Rio de Janeiro.

Em sua fala, Temer afirmou que a prioridade do governo é aprovar, ainda neste ano, as reformas da Previdência, política e a “simplificação tributária”. “Se chegarmos ao final do ano e tivermos completado o ciclo das reformas, teremos um 2018 mais próspero”, disse.

Ao pedir aplausos da plateia, formada em sua maioria por executivos, Temer foi parcialmente atendido. Mas houve também protestos contra o presidente. Pelo menos cinco pessoas levantaram papéis pedindo eleições gerais ou com os dizeres “Fora Temer”. Ao fim do discurso do peemedebista, houve fortes vaias e gritos de “Fora Temer”.

Uma das vaias partiu de Wenny Campos, 22 anos, que cursa relações internacionais e não sabia da participação do presidente no encontro de comércio exterior. “Não apoio o governo dele. É difícil falar de uma só medida que discordo. São as PECs, as reformas [trabalhista e da Previdência]. Não considero seu governo ilegítimo. Além do escândalo dele com a JBS”, disse em alusão à delação de Joesley Batista. Segundo Joesley, o presidente deu aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A jovem Carolina Pires, 27 anos, também vaiou Temer. “Ele não ouve o que o povo diz, para ele tanto faz e tanto fez. Discordo principalmente da questão relacionada à reforma da Previdência”, afirmou.

Reforma da Previdência

Deputados do chamado Centrão mandaram avisar ao presidente Michel Temer que não irão votar a reforma da Previdência. Líderes dos três principais partidos do Centrão – PP, PR e PSD – afirmam que não há condições de aprovar a reforma, ainda mais depois do desgaste de terem votado contra o prosseguimento da denúncia contra Temer em véspera de ano eleitoral.

“Reforma da Previdência se vota no início de mandato. Em final de mandato, é muito perigoso colocarmos uma matéria dessa, ainda mais no momento em que estamos vivendo na Câmara dos Deputados”, disse o líder do PR, José Rocha (BA). O Centrão quer deixar claro ao governo a insatisfação com o espaço político dado a partidos que não votaram majoritariamente a favor de Temer: PSDB e PSB.

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