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Em evento na Bahia, Bolsonaro diz amar o Nordeste e critica o governador do PT

"Não há divisões entre nós: sexo, raça, cor ou região. Somos um só povo", disse Bolsonaro. (Foto: Alberto Ruy/Minfra)

Na cerimônia de inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista (BA) nesta terça-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro lamentou a ausência do governador da Bahia, Rui Costa (PT), mas disse que não aceita quem quer “impor a nós o socialismo ou o comunismo”. Mais cedo, os dois trocaram acusações sobre a ausência da PM (Polícia Militar) no evento.

Rui Costa vetou que a PM participasse da segurança do evento e foi criticado por Bolsonaro. No dia anterior, ele já havia dito que não compareceria à solenidade porque o governo federal planejava fazer uma inauguração “como se fosse convenção político-partidária”.

No evento, o presidente também afirmou amar o Nordeste após ter citado “governadores de Paraíba” em referência a políticos da região. Além da polêmica pelo termo empregado, a visita também foi marcada pela disputa da “paternidade” da obra entre o Planalto e governo estadual. “Eu amo o Nordeste, afinal de contas, a minha filha tem em suas veias sangue de cabra da peste”, disse Bolsonaro.

“Não estou em Vitória da Conquista, não estou na Bahia, nem no Nordeste. Estou no Brasil. Não há divisões entre nós: sexo, raça, cor ou região. Somos um só povo com um só ideal: colocar esse grande País no lugar de destaque que merece”, discursou o presidente. O pai de Michelle, mulher de Bolsonaro, é nascido no Ceará e, por isso, a menção feita por Bolsonaro à filha do casal.

Manipulação

Antes de viajar para o Nordeste, Bolsonaro reagiu a críticas de governadores da região e disse que eles tentam manipular os eleitores por meio da desinformação. “Eles são unidos. Eles têm uma ideologia, perderam as eleições e tentam o tempo todo, através da desinformação, manipular eleitores nordestinos”, afirmou Bolsonaro.

Na sexta-feira (19), pouco antes de um café da manhã com jornalistas de veículos estrangeiros, Bolsonaro se voltou para o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e disse para “não dar nada” ao governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB.

O áudio foi captado pela TV Brasil, emissora pública ligada ao governo. Há trechos inaudíveis da conversa e não é possível entender o contexto. “Daqueles governadores de ‘Paraíba’, o pior é o do Maranhão. Não tem de ter nada para esse cara.”

Em nota, os governadores do Nordeste consideraram a fala uma forma de retaliação. Em sua rede social, Dino sugeriu ainda que Bolsonaro citou “Paraíba” para se referir a todos os nordestinos, o que não fica claro no trecho em que é possível ouvir a conversa. O termo “Paraíba” é uma forma pejorativa usada principalmente no Rio para se referir a imigrantes nordestinos.

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