Ícone do site Jornal O Sul

Em meio à pandemia de coronavírus, contas públicas têm rombo recorde

O resultado de junho representa forte piora em relação ao mesmo mês do ano passado. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

As contas do setor público consolidado, que engloba o governo federal, os Estados, os municípios e as empresas estatais, registraram um déficit primário de R$ 188,682 bilhões em junho, informou o BC (Banco Central) nesta sexta-feira (31).

Isso significa que as receitas de impostos e contribuições do governo foram menores do que as despesas. A conta não inclui os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública.

O resultado representa forte piora em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o saldo negativo somou R$ 12,706 bilhões. De acordo com a série histórica do BC, que iniciou em dezembro de 2001, esse também foi o pior resultado para todos os meses, ou seja, o maior rombo mensal já registrado.

No acumulado do primeiro semestre deste ano, as contas do setor público apresentaram déficit primário (receitas maiores do que despesas, sem contar juros da dívida) de R$ 402,703 bilhões – o que também foi o pior resultado da série histórica para esse período.

O rombo recorde está relacionado ao aumento de despesas extraordinárias autorizado para combater a pandemia do novo coronavírus e à queda na arrecadação diante do tombo da atividade econômica e do adiamento nos prazos de pagamento de impostos.

Para este ano, havia uma meta de déficit para o setor público de até R$ 118,9 bilhões. Entretanto, com o decreto de calamidade pública, proposto pelo governo e aprovado pelo Congresso Nacional por conta da pandemia, não será mais necessário atingir esse valor.

Em todo o ano de 2019, as contas do setor público tiveram um déficit primário de R$ 61,87 bilhões, ou 0,85% do PIB (Produto Interno Bruto).

Sair da versão mobile