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Em Mônaco, Lula sugere troca de dívidas de países pobres por preservação de oceanos

Lula participou do encerramento do Fórum ao lado de Emmanuel Macron, do príncipe Alberto II, de Mônaco, do presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves Robles, e do príncipe William, de Gales. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Lula (PT) cobrou no Fórum de Economia Azul e Finanças, em Mônaco, que instituições financeiras criem e ampliem políticas de preservação dos oceanos. “As instituições financeiras internacionais têm papel central a cumprir, insistimos na necessidade de contar com bancos multilaterais melhores, maiores e mais eficazes”, afirmou Lula nesse domingo (8).

O Fórum de Economia Azul e Finanças tem o objetivo de identificar e mobilizar soluções para apoiar a chamada economia azul – atividades econômicas marinhas e costeiras – e conservar os ecossistemas marinhos. Em seu discurso, o brasileiro lembrou que os oceanos também não recebem o “devido reconhecimento pelo que nos proporciona”.

“O ODS 14, dedicado à conservação e ao uso sustentável dos recursos marinhos, é um dos objetivos com menor financiamento de toda a Agenda 2030. O déficit para sua implementação é estimado em US$ 150 bilhões por ano”, destacou.

Enquanto isso, segundo o presidente, além de cumprir a função de principal regulador climático, pelo mar trafegam mais de 80% do comércio internacional e 97% das redes mundiais de dados, com uma geração econômica anual de US$ 2,6 trilhões. “Se fosse um país, o oceano ocuparia a quinta posição entre as maiores economias do mundo”, afirmou.

Segundo ele, é preciso concluir o instrumento vinculante para acabar com a poluição por plástico nos oceanos e avançar na ratificação do novo tratado para a biodiversidade nas águas internacionais. Lula lembrou também que a adoção, pela Organização Marítima Internacional, das metas vinculantes para zerar as emissões de carbono na navegação até 2050 promete multiplicar a demanda por energias renováveis e reduziria a dependência global de combustíveis fósseis.

Lula disse que é urgente “desburocratizar acesso a a fundos climáticos”. O presidente citou ainda metas adotadas pela Organização Marítima Internacional como zerar emissões de carbono na navegação até 2050 e o aumento da demanda por energias renováveis. Segundo o presidente, falta acordos para acabar, por exemplo, com a poluição por plástico nos oceanos e avançar em tratados de biodiversidade em águas internacionais.

O presidente destacou a importância do comércio internacional marítimo. “Se fosse um país, o oceano ocuparia a 5ª posição entre as maiores economias do mundo”, disse. O presidente afirmou que anualmente os oceanos mobilizam 2,6 trilhões de dólares, mas “não recebe o devido reconhecimento pelo que proporciona.

Apoio a países pobres

Lula também criticou a redução da assistência financeira de países mais ricos para apoiar o desenvolvimento econômico, ambiental e social de países mais pobres. Segundo Lula, em 2024, a Assistência Oficial ao Desenvolvimento (AOD) caiu 7%, enquanto as despesas militares cresceram 9,4%.

“Isso mostra que não falta dinheiro. O que falta é disposição e compromisso político para financiar”, disse Lula em sua participação no Fórum de Economia e Finanças Azuis, em Mônaco.

A AOD é definida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) como a ajuda oficial que visa promover o bem-estar econômico e social nos países em desenvolvimento, com o objetivo principal de alívio da pobreza. A assistência inclui tanto financiamento como a concessão de empréstimos, subvenções e outros recursos, diretamente pelos países ou por organismos multilaterais. É uma ferramenta importante para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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