Evitando se apresentar explicitamente como candidato a presidente da República em 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deu o tom de uma eventual campanha nacional em evento com empresários na capital paulista, nesta segunda-feira, 25. Ele foi convidado pela organização Esfera Brasil para um seminário em que opinou o tempo todo sobre como deveria ser um “governo de centro-direita” caso o grupo político consiga derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o ex-ministro de Jair Bolsonaro, a população brasileira está chegando em uma “encruzilhada” e deverá optar, no ano que vem, se quer “continuar no passado ou ingressar no futuro”.
— Como se diz nas Forças Armadas, a palavra conduz e o exemplo arrasta. O exemplo passa pela questão fiscal, pela diminuição do tamanho do estado. Podemos começar diminuindo o número de ministérios, que é enorme e desnecessário. A Argentina tem operado hoje com nove ministérios. Imagina a quantidade de cortes que eles conseguiram fazer — declarou Tarcísio, em um painel repleto de frases de efeito que teve ainda a participação do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), cotado para disputar a sucessão no Palácio dos Bandeirantes.
Tarcísio alegou ainda que o próximo presidente deveria “encarar a agenda fiscal do Brasil”, com “excelentes nomes que poderiam estar no Ministério da Fazenda”, defendeu a “desindexação da economia” para evitar o efeito bola-de-neve nas políticas públicas e a revisão dos benefícios tributários e cobrou “harmonia entre os poderes”, especialmente o Congresso, responsável em sua visão por conter ataques às reformas trabalhista e previdenciária aprovadas no governo de Michel Temer.
Indagado pelo senador bolsonarista pelo Piauí e presidente do Progressistas, Ciro Nogueira, o governador de São Paulo arriscou até mesmo um slogan para esse eventual candidato — diferentemente de outros momentos, sem citar o ex-presidente de quem espera o aval antes de fazer o movimento político. A inspiração foi o ex-presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) e a promessa de alcançar “50 anos de progresso em apenas cinco”, período de tempo definido à época para o mandato presidencial.
— Esse cara impulsionou a indústria, interiorizou e construiu o Brasil. Ele construiu uma cidade que hoje é a nossa capital em três anos. Então, um líder disruptivo, uma pessoa que pensou o futuro, que implantou bases para a gente dar um salto subsequente. Não sei qual vai ser o lema de um novo governo, mas eu sei que a gente precisa fazer pelo menos 40 anos em quatro. Isso está muito claro — disse o governador de São Paulo.
Nunes fez uma série de elogios a Tarcísio no evento, dizendo ser ele um “gênio e maior referência que temos hoje na política”. Relatou ainda que o político adiou um procedimento médico, com suspeita de que poderia ser um tumor, para ajudá-lo na campanha a prefeito no ano passado e “para não entregar a cidade para pessoas que poderiam causar o mal”, em referência ao influenciador Pablo Marçal (PRTB). Nogueira encerrou o painel arrancando risadas da plateia ao pedir indicações de possíveis candidatos para representar essa direita em 2026. Com informações do portal O Globo.