O embaixador do Brasil na Ucrânia, Norton de Andrade Mello Rapesta, passará a executar seus trabalhos da Moldávia, país no qual também ocupa o cargo de embaixador, e o atendimento aos brasileiros que tentam deixar o país invadido pelo Rússia passará por uma reorganização, informou o Itamaraty em nota nesta sexta (4).
Segundo a pasta, as mudanças temporárias devem-se à “deterioração das condições de segurança na Ucrânia” e têm a intenção de ampliar a atuação do posto nas rotas mais utilizadas pelos brasileiros que deixam o território ucraniano.
“O embaixador do Brasil junto à República da Ucrânia, Norton de Andrade Mello Rapesta, que acumula a função de embaixador na República da Moldávia, passará a gerir a embaixada e a ocupar-se dos trabalhos de análise política a partir de Chisinau, capital daquele país, onde já está em funcionamento posto de atendimento consular a cidadãos brasileiros evacuados do território ucraniano”, disse o Ministério das Relações Exteriores.
“Os cidadãos brasileiros na Ucrânia continuam a contar com apoio de funcionários locais da embaixada em Kiev, bem como das embaixadas do Brasil na Polônia, Romênia, Hungria e Eslováquia, que seguem operando núcleos de apoio a brasileiros que estejam deixando a Ucrânia”, acrescentou.
Ainda de acordo com o Itamaraty, o posto de atendimento na cidade ucraniana de Lviv, assim como a força-tarefa de apoio a brasileiros na Ucrânia, serão coordenados pelo embaixador do Brasil em Sarajevo, Lineu Pupo de Paula, temporariamente deslocado para Lviv.
Recrutamento
A Embaixada da Ucrânia no Brasil emitiu comunicado, na noite de quinta-feira (3), negando que está recrutando brasileiros ou estrangeiros para se juntarem às tropas militares ucranianas, em conflito desde a semana passada com a Rússia.
Até o momento, estima-se que o órgão ucraniano em Brasília tenha recebido mais de 100 pedidos de informação de brasileiros e estrangeiros residindo no Brasil interessados em integrarem a Legião Estrangeira da Ucrânia.
Em nota, a embaixada confirmou que passou a receber um “grande número de mensagens de cidadãos do Brasil e de outros países sobre a possibilidade de ingressar na Legião Estrangeira da Ucrânia”.
“Para evitar mal-entendidos, consideramos importante informar ao público brasileiro que a Embaixada da Ucrânia no Brasil não está fazendo alistamento para a Legião Estrangeira Ucraniana, e não está fazendo campanha para adesão a esta formação militar”, alerta o órgão.
A embaixada não é responsável por fazer o recrutamento de voluntários, mas está respondendo aos pedidos com informações. E não há nenhum tipo de ajuda para custear a viagem até as fronteiras ucranianas.
O que é explicado aos possíveis voluntários é que é necessário ser maior de idade, saber falar ao menos o inglês e ter alguma experiência militar.
A invasão militar russa à Ucrânia começou em 24 de fevereiro. Supostos documentos sigilosos do exército russo divulgados pelo governo ucraniano mostram que o plano orquestrado pelo presidente Vladimir Putin era de executar bombardeios por 15 dias consecutivos no território invadido.
O Ministério da Defesa Ucraniano afirma que o planejamento ordenava a invasão pelo Mar Negro. O carimbo da documentação é datado de 18 de janeiro, suposta data em que foi autorizada pela cúpula do governo russo.
Além disso, a agência de inteligência da Rússia, por intermédio do Serviço Federal de Segurança, teria elaborado planos para execuções públicas de militares ucranianos.
Leia a noita da embaixada ucraniana em Brasília:
“Em conexão com o início da guerra da Federação Russa contra a Ucrânia, a Embaixada da Ucrânia no Brasil passou a receber um grande número de mensagens de cidadãos do Brasil e de outros países sobre a possibilidade de ingressar na Legião Estrangeira da Ucrânia.
Para evitar mal-entendidos, consideramos importante informar ao público brasileiro que a Embaixada da Ucrânia no Brasil não está fazendo alistamento para a Legião Estrangeira Ucraniana, e não está fazendo campanha para adesão a esta formação militar.”