A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) avaliou que os embarques brasileiros de carne bovina para o mercado chinês deverão se normalizar nos próximos dias. A China oficializou na quinta-feira (23) a reabertura de seu mercado à carne do Brasil.
“A Abiec avalia que os embarques devem ser normalizados nos próximos dias e aproveita para reforçar que o episódio demonstra, mais uma vez, a segurança sanitária da carne bovina brasileira e atesta para todos os mercados a transparência e eficiência da cadeia produtiva da carne brasileira”, disse a entidade, em nota.
A associação também confirmou que os chineses habilitaram quatro novas plantas para exportar a proteína para seu mercado.
A Abiec ainda parabenizou os profissionais do Ministério da Agricultura pelo trabalho realizado para a reabertura do mercado chinês. Segundo a entidade, as ações contaram “com consultas técnicas, avaliação de riscos, e total suporte, aspectos determinantes para que o governo chinês pudesse determinar de forma rápida que o sistema de prevenção e controle da doença da vaca louca do Brasil está em conformidade com os requisitos relevantes de quarentena e saúde da China”, disse, em nota.
Quatro plantas
A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) anunciou na quinta-feira (23) a habilitação de quatro novas plantas frigoríficas do Brasil, que poderão passar a exportar para o país asiático. Segundo anúncio do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, são duas plantas de Rondônia, uma do Espírito Santo e uma do Paraná.
Também foi anunciada a autorização para a retomada da suspensão de duas plantas frigoríficas que estavam suspensas e que vão poder voltar a exportar para a China: um abatedouro bovino no Mato Grosso e um frigorífico de frango no Rio Grande do Sul.
Segundo o ministro, outras empresas estão com pequenas pendências junto à GACC, que devem ser resolvidas ainda durante a missão do Mapa na China. “É um conjunto de ações que beneficia a agropecuária brasileira, gera empregos e oportunidades a todos os brasileiros”, comemorou Fávaro.
As importações do Brasil estavam suspensas desde fevereiro após a confirmação de um caso isolado e atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da “vaca louca”), identificado em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA).
Após a China, outros quatro países anunciaram a retomada da importação de carne bovina brasileira, na quinta-feira. O Ministério das Relações Exteriores informou sobre outros quatro; mas, não citou os nomes.
Seis países ainda continuam bloqueando o produto: Bahrein, Cazaquistão, Catar, Irã, Rússia e Tailândia. Em nota, o governo brasileiro disse que “recebeu com satisfação” a notícia da reabertura da China à carne bovina.
Essa foi a segunda vez em um ano e meio que o Brasil interrompeu a exportação ao país asiático. De setembro a dezembro de 2021, a China suspendeu as compras após dois casos atípicos, em Minas Gerais e no Mato Grosso.
O país é o maior comprador do Brasil. Em 2022, as exportações do produto somaram cerca de 7,5 bilhões de dólares, o equivalente a 1,1 milhão de toneladas. As informações são do jornal Valor Econômico, do Ministério da Agricultura e da Agência Brasil.
