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Empreiteira Camargo Corrêa vai devolver 700 milhões de reais

Pagamento da quantia garantirá imunidade a outros executivos. Na foto, Dalton Avancini. (Foto: Daniel Wainstein/Folhapress)

No maior acordo do gênero já assinado na história do País, a Camargo Corrêa vai devolver 700 milhões de reais para três empresas públicas que foram vítimas dos crimes de cartel e corrupção por parte de ações da empreiteira, segundo o jornal Folha de S.Paulo apurou com profissionais que atuaram nas negociações. O montante será usado para ressarcir a Petrobras, a Eletronuclear e a Eletrobras.

Três ex-executivos da empreiteira que fizeram acordo de delação confessaram que houve pagamento de suborno e atuação do cartel em obras como a refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, na usina nuclear Angra 3 e na hidrelétrica de Belo Monte. Só no caso da Petrobras, a propina paga pela Camargo chegou a 110 milhões de reais, segundo seu ex-presidente Dalton Avancini, que se tornou delator. Em Belo Monte, o suborno pago chegou a 20 milhões de reais. Com a obra de Angra 3, houve atuação do cartel e promessa de pagamento de propina, mas o valor não chegou a ser repassado pela Camargo, ainda de acordo com Avancini.

O acordo de leniência, uma espécie de delação premiada para empresas, foi assinado com os procuradores que atuam na força-tarefa da Operação Lava-Jato. O procurador Carlos Fernando de Lima e o advogado da Camargo Corrêa, Celso Vilardi, conduziram as negociações.

Condenações
Três executivos da Camargo já foram condenados pelo juiz Sérgio Moro. O pagamento dos 700 milhões de reais garantirá, porém, imunidade a outros executivos da Camargo Corrêa que poderiam ser acusados, futuramente, da prática de cartel, corrupção e improbidade administrativa, entre outros crimes.

(Folhapress)

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