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Empreiteiros são dispensados da CPI da Petrobras

O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), disse que a decisão visa agilizar os trabalhos da comissão (Foto: Ed Ferreira/AE)

A sequência de depoimentos dos empreiteiros investigados no esquema de corrupção na Petrobras à CPI aberta na Câmara terminou sem avanços e com executivos dispensados de falar. Nesta terça-feira (2), o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), dispensou de prestarem depoimentos mais dois empreiteiros, depois que eles avisaram que ficariam em silêncio: Sérgio Cunha Mendes, da construtora Mendes Júnior; e Dario Galvão Filho, diretor-presidente do Grupo Galvão.

O entendimento adotado por Motta foi o de que quem optasse por ficar em silêncio seria dispensado sem ser questionado pelos parlamentares, o que provocou protestos de alguns deputados. “Nós também temos o direito na CPI de perguntar”, disse Ivan Valente (PSOL-SP).

Os únicos executivos que de fato falaram foram os dois da Camargo Corrêa que fizeram a delação premiada, Eduardo Leite e Dalton Avancini – mas eles não trouxeram elementos novos ao que já revelaram em suas delações. Foram dispensados sumariamente Gerson Almada (Engevix), João Auler (Camargo Corrêa), José Aldemário Pinheiro Filho (OAS), José Ricardo Nogueira Breghirolli (OAS)  e Mateus Coutinho de Sá Oliveira (OAS). Todos foram presos na Operação Lava-Jato. Atualmente, cumprem prisão preventiva domiciliar, após determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal)  Teori Zavascki.

As dispensas chegaram a provocar comentários dos deputados de que haveria risco de passar à opinião pública a impressão de que houve um acordo na CPI para poupar os empreiteiros, o que foi rechaçado por Motta. O presidente da comissão justificou a decisão dizendo que era para dar rapidez aos trabalhos.

Na próxima fase, o planejamento da cúpula da CPI é ouvir integrantes do sistema financeiro nacional, para detectar brechas que permitiram as transações de recursos no esquema de corrupção da Petrobras, e aprovar acareações entre personagens investigados. Na próxima terça-feira (9), será ouvido o empresário Julio Faerman, apontado como elo das propinas entre a empresa holandesa SBM Offshore e a Petrobras. (Folhapress)

Dario Galvão Filho, do Grupo Galvão (Foto: Regis Filho/AG)

Sérgio Cunha Mendes, da construtora Mendes Júnior (Foto: Reprodução)

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