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Empresários voltaram a protestar em frente à prefeitura contra as restrições de atividades do comércio em Porto Alegre

Paço Municipal já havia sido local de outro protesto na semana passada. (Foto: Divulgação)

Na tarde desta terça-feira, empresários voltaram a protestar em frente à sede da prefeitura de Porto Alegre (Centro Histórico) contra as restrições impostas pelo Executivo municipal ao funcionamento do comércio, no âmbito do combate à pandemia de coronavírus. Eles reivindicam a elaboração de um programa de retomada das atividades do setor na capital gaúcha.

Em declarações à imprensa, as medidas que têm sido determinadas pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior foram alvo de críticas por parte de seu vice, Gustavo Paim, pré-candidato à sucessão municipal na eleição deste ano. Segundo ele, caso não haja maior e melhor organização no impedimento de atividades não essenciais, há o risco de caos na economia e na própria saúde.

Na semana passada, quando entrou em vigor o decreto 20.639 (que voltou a apertar as medidas restritivas na Capital por um período mínimo de 15 dias), representantes do setor empresarial já haviam realizado uma manifestação no Paço Municipal, a fim de manifestar o seu descontentamento, expresso inclusive por meio de faixas, cartazes, palavras-de-ordem e manifestações em um carro de som. Participaram da mobilização parlamentares e representantes do setor.

Preocupação

Entidades como o Sindilojas (Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre) já apontaram, na ocasião, a necessidade de previsão para a retomada das atividades econômicas, conforme frisou o seu presidente, Paulo Krause:

“Se for para fechar e reabrir daqui a dez ou 15 dias, tudo bem, afinal precisamos reabrir”, afirmou o presidente Paulo Kruse. “Já não aguentamos, é impossível manter nossos negócios sob portas fechadas. Os lojistas estão desesperados, demitindo colaboradores e, em muitos casos, fechando estabelecimentos.”

Já pelo Sindha (Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região), Henry Chmelnitsky comentou a possibilidade de “lockdown” na capital gaúcha e suas implicações:

“A cada medida publicada ficamos ainda mais instáveis. Falta previsibilidade até mesmo sobre o dia seguinte. Quem sabe não seria melhor um lockdown total durante 15 dias, sabendo que teríamos que fazer isso para, no dia seguinte, podermos gradativamente seguir a nossa vida? Seria melhor isso do que termos algo novo a cada semana, ampliando a instabilidade dos negócios.”

Já o presidente CDL (Câmara de Dirigentes e Lojistas de Porto Alegre), Irio Piva, considerou o fechamento das praças e parques como uma medida adequada, mas discordou do fechamento do comércio:

“A nova paralisação tende a ampliar as dificuldades econômicas. Emprego, renda e saúde andam juntas e não podemos prescindir de nenhuma delas. Espero que possamos retomar o mais rápido possível”.

Para a presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Maria Fernanda Tartoni, a medida atinge principalmente os pequenos negócios, que são maioria no segmento abrangido pela entidade:

“Existe uma grande quantidade de pessoas que dependem do trabalho para sobreviver. Não podemos pagar uma conta com restrições tão grandes. Os pequenos negócios precisam sobreviver e certamente será um baque ainda maior para os bares e restaurantes, que estão entre os segmentos mais afetados desde o inicio da pandemia. Tomamos todas as precauções para evitar a contaminação, estamos fazendo a nossa parte e esperamos que nossos governantes colaborem para podermos sair disso tudo em pé”.

Falando pela Agas (Associação Gaúcha de Supermercados), o seu presidente Antônio Cesa Longo falou sobre ampliações nos manuais de boas práticas dos estabelecimentos de supermercados:

“Somos uma atividade econômica essencial e sabemos de nossas responsabilidades, pois sabemos que este é o momento de termos regras e disciplina [ainda maiores]”.

(Marcello Ca

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