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Empresas de alta tecnologia começam a contratar árabes em Israel

Jovens árabes trabalham em empresa de alta tecnologia em Israel. (Foto: Reprodução)

Moradora de uma área cheia de barracos e casas em ruínas no deserto de Negev Rabaa Al-Hawashleh, 24 anos, é uma trabalhadora improvável da indústria de alta tecnologia de Israel.

À noite, a vila de beduínos, onde vive, não tem energia elétrica suficiente para alimentar o laptop que ela leva do escritório para casa. Em uma sociedade conservadora, que desaprova que mulheres dirijam, ela não tem carteira de motorista.

Mas todos os dias úteis, Rabaa pega dois ônibus para uma jornada de 90 minutos até seu local de trabalho. Ela é responsável pelo controle de qualidade de programas de software na Sadel Tech, uma empresa só de beduínos especializada em internet e tecnologias móveis.

Com 8 milhões de habitantes, faz tempo que Israel é líder global em alta tecnologia, mas a minoria árabe-palestina do país tem sido em grande parte deixada de fora da indústria. Eles representam quase um quinto da população, incluindo os beduínos do sul árido, um dos mais pobres e abandonados setores da sociedade israelense.

Felizmente para pessoas como Rabaa, algumas empresas e iniciativas do governo tentam mudar esse cenário trazendo mais jovens árabes para a força de trabalho no setor de tecnologia.

Centenas de cidadãos árabes se formam nas faculdades todos os anos com qualificações para trabalhar com alta tecnologia, mas poucos encontram vagas em seu campo de atuação. Em 2013, apenas 1,3% dos cerca de 284,5 mil trabalhadores do setor de tecnologia em Israel eram árabes.

Em 2015, o Ministério da Economia lançou um programa de três anos para lidar com esse desequilíbrio. O objetivo é colocar 1 mil formandos árabes na força de trabalho da alta tecnologia.

Duas organizações, a ITWorks e a Tsofen, ganharam um leilão para operar o programa de treinamento profissional para árabes nas empresas de tecnologia. De acordo com o ministério, 225 pessoas já encontraram colocações em empresas líderes de software e no ramo israelense da Intel, a multinacional que produz chips, desde que o programa foi lançado no começo do ano passado. (AG)

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