O MPF (Ministério Público Federal) investiga a abertura de offshores (empresas no exterior) e a compra de apartamentos para lavar dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras. A empresa Mossack Fonseca criou offshores para Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, e Pedro Barusco, ex-gerente da mesma área, afirmou o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, nesta quarta-feira (27), ao detalhar a 22ª fase da Operação Lava-Jato, realizada em São Paulo e Santa Catarina. Mário Goes, apontado pela PF (Polícia Federal) como um dos operadores do esquema, também teria recebido uma offshore.
Segundo Lima, todos os apartamentos no condomínio Solaris, em Guarujá, no litoral de São Paulo, estão sendo investigados. Há suspeitos de envolvimento no esquema apurado na Lava-Jato que teriam sido beneficiados pela OAS na compra desses imóveis, afirmou o procurador. Familiares de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, são alguns dos suspeitos. A posse de um apartamento por parentes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está ainda “sob investigação”, conforme o procurador.
O MPF ainda não sabe o montante de dinheiro movimentado nas empresas no exterior. Manter offshores não é ilegal, mas a falta de declaração à Receita Federal constitui crime.
Presos
A publicitária Nelci Warken, presa nesta quarta-feira, seria uma laranja do esquema, de acordo com o procurador. Ela prestou serviços de marketing à Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo). Nelci é um dos principais alvos dessa fase da operação e teve a prisão temporária decretada.
Ricardo Onório Neto e Renata Pereira Brito, vinculados à Mossack Fonseca, também foram presos. A polícia apura se a empresa abriu offshores para esconder a propriedade de apartamentos que eram da Bancoop e depois foram assumidos pela OAS.
