Considerada um problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a endometriose acomete entre 10 e 12 milhões de brasileiras. É uma doença ginecológica que pode ser extremamente incapacitante, causa cólicas menstruais severas, dores abdominais fora do período menstrual, dores nas relações sexuais e sintomas intestinais e urinários. Além disso, também destrói o sonho de milhões de mulheres de se tornarem mães.
A endometriose é uma doença inflamatória, causada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas durante a menstruação, se deslocam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar, provocando sangramento.
A ginecologista Júlia Alessandra Ferreira ressalta que dor pélvica e infertilidade são as principais característica da endometriose, doença caracterizada pela presença de endométrio fora do útero. O endométrio, camada que reveste internamente a cavidade uterina, é renovado mensalmente durante o fluxo menstrual. O diagnóstico é feito por exames específicos, como destaca a especialista.
Muito frequente no período reprodutivo, a doença atinge desde a adolescência até a transição para a menopausa. A mulher pode apresentar cólica intensa durante a menstruação e, na endometriose, esse sintoma é constante e progressivo, vai aumentando a intensidade e geralmente começa mais tardiamente.
Outros sintomas que também podem ser sinais de alerta para a doença são dor e sangramento intestinal e urinários durante o período menstrual, dificuldade para engravidar e a infertilidade.
Dia Nacional
O presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou a lei que institui o Dia Nacional de Luta contra Endometriose e a Semana Nacional de Educação Preventiva e de Enfrentamento à Endometriose. A data será celebrada no dia 13 de março, com o objetivo de chamar a atenção para os problemas causados pela doença. A sanção foi publicada na última terça-feira (12), no Diário Oficial da União (DOU).
A legislação determina ainda que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e o Ministério da Saúde (MS) serão os responsáveis por divulgar, prestar informações e orientar mulheres que buscam alternativas para a infertilidade e sensibilizar todos os setores da sociedade para o problema da endometriose.
“Aos 21 anos de idade, recebi o diagnóstico da endometriose. Participar da elaboração do texto desta lei que beneficia milhões de mulheres que sofrem com esta doença silenciosa, que provoca intensas dores e ocasiona a esterilidade é uma vitória para mim”, contou a ministra Cristiane Britto.
