Desde que assumiu o comando do Ministério da Educação (MEC), Abraham Weintraub acumulou inimigos e intrigas. Os erros na correção do Enem são a mais nova ameaça à sua permanência no cargo.
Weintraub já foi acusado de passar por cima da equipe econômica do governo ao divulgar o programa o Future-se, principal programa de Bolsonaro para a educação superior pública e que mexe diretamente com o patrimônio das universidades.
Está às turras com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que o acusa de levantar a “bandeira do ódio”.
Weintraub, porém, acredita que está cada vez mais forte, e deve sua convição ao apoio da família Bolsonaro, especialmente ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que o considera o “melhor ministro da Educação de todos os tempos”.
Projeto
O Ministro da Educação, Abraham Weintraub, não quer desistir de seu projeto da nova carteirinha de estudante, a ID Estudantil. A iniciativa foi criada por medida provisória no ano passado, mas como o Congresso nem sequer instalou a comissão mista para debater o tema, a proposta perderá validade no próximo domingo, 16 de fevereiro.
Em entrevista a um canal do Youtube, republicada em sua conta no Twitter, o ministro afirma que o governo insistirá no tema com o envio de um projeto de lei ao Congresso.
“Estamos pensando em uma solução, que não é ótima. Eu não posso encaminhar outra MP este ano. Vamos encaminhar um projeto de lei. Vai demorar algum tempo pra tramitar, não vai ser rápido. Estamos pensando em alguma ação para mitigar”, afirmou o ministro.
A tentativa de retomar a ideia por meio de um projeto tem poucas chances de avançar no Congresso. O ministro não tem bom relacionamento no meio político e nesta semana o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que não dialoga mais com Weintraub porque ele carrega a “bandeira do ódio”.
Na entrevista, Weintraub faz ataques à União Nacional dos Estudantes (UNE), órgão que tem na emissão de carteirinhas uma de suas fontes de renda. O ministro diz que não há transparência da entidade e usa o termo “tigrada” a se referir à organização.
“Vamos tentar mitigar isso, tirar essa grana da tigrada. Primeiro, porque não tem transparência. Segundo porque são de centenas de milhões de reais que a gente está falando. A gente nem tem transparência de saber quantas pessoas tiram essas carteirinhas”, afirmou.
Weintraub conclui a entrevista recomendando aos estudantes utilizarem até o dia 16 o aplicativo disponibilizado pelo governo para solicitar sua carteirinha. De acordo com os ministros, quem conseguir obter a nova ID até esta data poderá utilizá-la o ano todo.