O Pix Automático começa a operar em todo o Brasil na próxima segunda-feira (16), segundo o Banco Central (BC). Na última semana, o BC realizou um evento de lançamento da nova modalidade do Pix, em São Paulo, com a presença do presidente do BC, Gabriel Galípolo, e de diversos executivos da instituição.
A nova funcionalidade será semelhante ao que acontece hoje com o débito automático. Na essência, a principal diferença entre as duas ferramentas reside na infraestrutura.
Enquanto o débito automático depende de convênios bilaterais entre bancos e empresas – e nem todas as instituições oferecem essa modalidade –, o Pix Automático utilizará a infraestrutura já existente do Pix, mais capilarizada, o que deve aumentar a eficiência, diminuir os custos de cobrança para as empresas e reduzir a inadimplência.
“A grande diferença do Pix Automático para o débito automático é que no débito automático é necessário ter um convênio entre a empresa e a instituição financeira. Então é por isso que quando a gente cadastra débito automático, geralmente você tem que aprovar isso no banco. Se a empresa que não tem, por exemplo, convênio com o banco, você não consegue usar débito automático”, afirma o advogado Morvan Meirelles Costa Junior, sócio do Meirelles Costa Advogados.
O Itaú já oferece o Pix Automático desde o início do ano para os seus clientes. Já em abril deste ano, o banco informou que os índices de pagamento, ou adimplência, de contas recorrentes pelos clientes aumentaram em até 30% com o uso do Pix Automático. Quem também já se antecipou ao anúncio do BC foi o Banco do Brasil.
Assim como já ocorre com o débito automático, o Pix Automático será útil para uma vasta gama de serviços, como concessionárias de serviço público – de água, luz, telefone etc. –, e ainda escolas, academias, condomínios, planos de saúde e serviços de streaming.
Para Costa Junior, quem poderá se beneficiar mais da entrada em operação do Pix Automático são os negócios menores, que geralmente não possuem convênio com a instituição financeira.
“Eles usam o sistema do Pix. Então, você simplesmente indica a chave, recorrência, e você consegue cadastrar esse pagamento na instituição financeira independentemente de qualquer convênio. da empresa recebedora com a instituição. Acho que essa é a grande diferença que vai facilitar, por exemplo, provavelmente para pequenas e médias empresas”, avalia advogado.
No débito automático, o cancelamento pode ser feito a qualquer momento pelo aplicativo ou internet banking, sem multas ou tarifas. Apesar de ser um serviço gratuito que ajuda a evitar atrasos e organiza a vida financeira, ele oferece alguns entraves. Um deles, por exemplo, é quando o cliente quer adiantar um pagamento. Caso opte por isso, é necessário cancelar o débito automático para evitar duplicidade. E, se quiser que volte a ser recorrente, terá de fazer uma nova autorização.
Já o Pix Automático permitirá que usuários autorizem débitos periódicos de forma automática, sem a necessidade de autenticação a cada transação. Essa autorização prévia é concedida uma única vez em ambiente seguro, pelo celular ou computador.
Seja no Pix Automático ou no débito automático, o maior problema é quando o cliente esquece de deixar valor suficiente e o débito é realizado. Isso pode incorrer em problemas tais como entrar no cheque especial, o que gera juros altos, ou, em último caso, ter o fornecimento de serviço interrompido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.