Há mais de dois anos, a atriz Riley Keough resolveu uma disputa judicial de grande repercussão com sua avó, a ex-mulher de Elvis, Priscilla Presley, pelo controle do fundo fiduciário da família Presley. O litígio surgiu após a morte repentina da única filha de Elvis, Lisa Marie Presley, em janeiro de 2023, que expôs ao público os complicados assuntos da família.
Nos bastidores, no entanto, outra briga amarga por dinheiro estava em curso. Priscilla Presley havia contratado um leiloeiro da Flórida e um empresário do Tennessee para ajudar a gerenciar seus negócios em 2022, numa época em que, segundo os ex-assessores afirmam em documentos judiciais, ela havia gastado além de seus meios e enfrentava dificuldades financeiras.
No fim de 2023, porém, a relação azedou e as partes passaram a trocar processos. Nos tribunais da Flórida e da Califórnia, os assessores que administravam os interesses comerciais de Presley sob o nome Priscilla Presley Partners a acusaram de quebra de contrato, enquanto Presley acusou seus ex-sócios de abuso financeiro contra idoso e outros delitos.
O mais recente capítulo chegou nesta semana ao Tribunal Superior de Los Angeles, onde a leiloeira Brigitte Kruse e o empresário Kevin Fialko processaram Presley novamente, acusando-a de fraude em uma ação que pede pelo menos US$ 50 milhões em indenização.
Nos autos, os advogados de Kruse e Fialko também fizeram uma acusação ousada, que certamente aumentará a tensão: após Lisa Marie ser levada às pressas para o hospital em 2023, após uma parada cardíaca, a ação afirma que “Priscilla desligou os aparelhos” da filha como parte de um esforço para “retomar o controle” do fundo da família.
“Priscilla, que sabia que Lisa estava em processo de tomar medidas para removê-la como única administradora do fundo irrevogável de seguro de vida, viu uma oportunidade de recuperar o controle”, diz o processo.
A ação alega que Priscilla agiu mesmo sabendo que Lisa Marie havia deixado uma diretiva antecipada de cuidados de saúde determinando que sua vida deveria “ser prolongada o máximo possível”.
O advogado de Priscilla Presley, Marty Singer, condenou a acusação em uma declaração de duas páginas, chamando o novo processo de “uma das ações mais vergonhosas, ridículas, sensacionalistas e infundadas que já vi em minha carreira”.
“Isso não passa de uma tentativa triste e cruel de manchar falsamente a reputação de uma mulher de 80 anos, em retaliação flagrante por ela ter entrado com uma ação para reparar a conduta ilícita de Brigitte Kruse, Kevin Fialko e seus co-conspiradores”, disse o comunicado.
A nova ação não detalha como acelerar a morte de Lisa Marie em 2023 teria impactado as questões de controle do fundo. O New York Times já havia noticiado que, desde 2016, Lisa Marie autorizara uma emenda ao fundo da família que retirava Priscilla como administradora. Mas também não está claro até que ponto Priscilla Presley tinha conhecimento, em 2023, da existência desses documentos.
Em nota, Jordan Matthews, advogado dos autores, não comentou essa questão específica.
Mas afirmou que “Kruse e Fialko investiram sete dígitos na reconstrução da marca de Priscilla, na estabilização de suas finanças, na resolução de seus processos, na limpeza de inúmeros problemas familiares privados e na tentativa de ajudar Priscilla a reparar a relação com sua filha. Em troca, Priscilla difamou Kruse e Fialko com mentiras e campanhas maliciosas”.
Singer chamou a ação de “um truque publicitário repugnante”, acrescentando que “acusar uma mãe enlutada de contribuir para a morte da filha não é uma defesa inteligente, mas um assassinato cruel de reputação”.
Especificamente, a ação movida por Kruse e Fialko afirma que Presley “desligou os aparelhos poucas horas após a internação de Lisa” e “antes que sua neta, Riley, conseguisse chegar ao hospital”.
Um advogado e representantes de Keough, administradora do fundo da família Presley, não responderam a pedidos de comentário.
Em sua declaração, Singer disse que Keough “apoia a avó 100% e está igualmente revoltada com essa mais recente e cruel tentativa de Kruse de arruinar a vida dela”.
Embora a marca Elvis fature mais de US$ 100 milhões por ano, ao longo dos anos os negócios reduziram a participação da família Presley na Elvis Presley Enterprises, operada pela Authentic Brands Group, para 15%. Os lucros dessa fatia vão para o Promenade Trust, da família. A Elvis Presley Enterprises administra a antiga casa de Elvis, Graceland, em Memphis, Tennessee, mas o fundo continua sendo dono do imóvel. Com informações do portal O Globo.