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Entidades elaboraram propostas para combater a criminalidade no Brasil

Propostas contra criminalidade serão apresentadas a presidenciáveis. (Foto: Reprodução)

Três importantes organizações que trabalham com segurança se uniram para apresentar propostas de combate à criminalidade no Brasil e vão apresentá-las aos candidatos à Presidência do País.

Rio de Janeiro, Avenida Brasil. A violência parou a via expressa na quinta-feira (2). Traficantes dispararam e policiais que passavam por ali revidaram. Um motorista de Uber foi atingido e morreu. Mais uma vítima a entrar na conta perversa de mortes violentas no País.

Diante da escalada da criminalidade, três organizações que trabalham com segurança – o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e os institutos Sou da Paz e Igarapé decidiram apresentar sugestões para diminuir a violência no País.

São propostas para enfrentar dois grandes desafios na área da segurança pública: reduzir e prevenir crimes violentos e enfraquecer a estrutura do crime organizado. As medidas vão ser apresentadas aos candidatos à Presidência da República, ideias que podem ser implementadas por quem vai governar o País nos próximos quatro anos.

Os especialistas defendem mais integração entre os diferentes órgãos de segurança pública.

“Uma investigação que a Polícia Civil faz pode aproveitar a tecnologia para conversar com o Exército para saber se a arma está registrada no sistema do Exército e da Polícia Federal. Se eu integro eu economizo, se eu integro, eu racionalizo gastos e não necessariamente gero novas despesas”, Renato Sérgio de Lima, diretor presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Uma das medidas é criar um Conselho Nacional de Inteligência com órgãos estaduais e federais.

“A gente precisa desenvolver aquilo que hoje a gente não tem, a inteligência, a troca, o compartilhamento de informações. Onde você vai? Vai atrás do dinheiro, tira o poder econômico dessas organizações e consiga então desmantelar e acabar com elas, senão a gente vai ficar enxugando gelo”, disse Ilona Szabó, diretora executiva do Instituto Igarapé.

Para o sistema prisional, uma das propostas é aplicar melhor as penas alternativas. Hoje as cadeias brasileiras abrigam 700 mil detentos e faltam 350 mil vagas; 40% da população carcerária é formada por presos provisórios.

“É preciso também preciso racionalizar o fluxo e o estoque de presos no Brasil, quem entra e quem já está ali. Todas as propostas da agenda são práticas, são propostas que o presidente ou a presidente entrando no dia 1º de janeiro, na cadeira, no Palácio do Planalto, vai poder implementar”, afirmou Ivan Marques, diretor executivo do Instituto Sou da Paz.

Crime organizado

Brasil e Argentina assinaram, na terça-feira (31), em Buenos Aires, um acordo de combate ao crime organizado. O documento prevê a troca de informações entre os dois países, criando uma base de dados comum que possa ser acessada em tempo real.

Segundo o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, as nações vizinhas precisam avançar na cultura de integração.

A ministra da Segurança argentina, Patrícia Bullrich, destaca as principais frentes de atuação do acordo, entre elas, o combate ao tráfico de armas, pessoas e lavagem de dinheiro.

Os dois ministros acertaram realizar uma videoconferência a cada 15 dias para acompanhar o cumprimento do acordo. O ministro brasileiro também propôs criar um fórum sobre segurança regional que inclua todos os países da América do Sul.

Ainda na Argentina, Raul Jungmann respondeu críticas sobre a intervenção militar no Rio de Janeiro e comparou a cidade com Medellín – um dos centros dos cartéis de narcotráfico da Colômbia, que levou oito anos para diminuir os índices de criminalidade e violência.

Mas, no caso carioca, segundo ele, dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro mostram uma queda em vários tipos de crime, como roubo de cargas, furtos e também homicídios. No entanto, a morte de policiais aumentou.

O ministro defendeu a continuidade da intervenção alegando que, no Rio de Janeiro, 1 milhão de pessoas em 800 comunidades “vivem sem direitos, nem garantias constitucionais, porque são controladas pelo crime organizado, as milícias e os traficantes de drogas”.

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