Licenciado de seu mandato como vereador da Câmara Municipal de Porto Alegre desde o dia 1º de outubro, André Carús (MDB), 37 anos, encaminhou nessa quarta-feira ao Legislativo da capital a sua carta de renúncia, em caráter irrevogável. Ele é alvo de investigação da Polícia Civil e chegou a ficar na cadeia durante cinco dias no início deste mês, por suspeita de que exigia dinheiro de assessores e CCs (cargos comissionados) que indicou.
Também foram alvo de ordens de prisão, busca e apreensão outras quatro pessoas por suposto envolvimento no esquema. Segundo denúncia de uma ex-colaboradora, Carús forçava os subordinados a fazerem empréstimos pessoais em uma cooperativa, com a justificativa de que precisava de recursos para cobrir despesas pendentes da campanha eleitoral.
O texto da renúncia foi lido no Plenário pela presidente da Câmara de Vereadores, Mônica Leal (PP), no início da sessão ordinária da tarde. A vaga de Carús será ocupada por vereadora Lourdes Sprenger (MDB), que nas últimas semanas já vinha exercendo o mandato como suplente.
Em entrevista coletiva na sede da legenda na capital gaúcha, Carús (acompanhado de seu advogado) se manifestou sobre a iniciativa de deixar o cargo. “Tomo essa a decisão por vergonha na cara”, declarou o parlamentar, que também deixou a presidência do diretório municipal do MDB. “Não tenho mais condições de exercer o mandato. Estou renunciando à vida pública e vou me dedicar novamente à advocacia.”
Outros suplentes
Na mesma tarde, outros dois duplentes tomaram posse temporária, ambos do PT: Pérola Sampaio, que até este domingo substitui Odacir Oliboni (licenciado por motivo de luto) e a Manoel Rocha, que até esta quinta-feira cobre a ausência de Adeli Sell (PT) por motivo de interesse particular.
(Marcello Campos)
