Localizada em Montenegro (Vale do Caí), a granja de reprodução avícola onde foi confirmado na semana passada um foco de gripe aviária teve concluídos na noite dessa quarta-feira (21) os trabalhos de limpeza e desinfecção de sua infraestrutura. O estabelecimento entra agora em “vazio sanitário”, período de 28 dias para que seja considerado livre da doença e volte a funcionar.
O prazo é estipulado pelo Plano Nacional de Contingência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com base nas duas fases de incubação do vírus – cada qual com 14 dias.
As ações começaram com a confirmação do foco de gripe aviária, na sexta-feira passada (16). Foram sacrificadas aves doentes, retirada a cama das aves e destruídos os ovos que ainda permaneciam no local. Já no domingo (18) teve início a lavagem e esterilização de aviários, galpão e demais ambientes, incluindo escritórios, almoxarifado e vestiários, dentre outros.
Equipamentos também passaram pelos protocolos, supervisionados pelo Programa de Sanidade Avícola do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). Participaram, ainda, seis a 12 funcionários da granja e uma empresa contratada, sob a supervisão de cinco servidores do órgão estadual e um do Mapa.
Vinculada à Seapi, a veterinária Alessandra Krein ressalta: “O Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul fez todo o acompanhamento, desde o sacrifício das aves até os trabalhos finais dessa quarta-feira, com cinco servidores se revezando no processo, sendo que um deles esteve presente durante todo o tempo”.
Ela acrescenta: “A limpeza é muito importante para que os agentes químicos atuem com maior eficácia nas estruturas limpas, pois a maioria dos desinfetantes não consegue agir de forma eficaz sem esta etapa prévia”.
Vistoria no perímetro
A Seapi encerrou na terça-feira (20) a vistoria em 540 propriedades rurais localizadas em um raio de 10 quilômetros da granja de Montenegro. Ao menos 19 estão localizadas em um perímetro de 3 quilômetros e têm presença de aves. Uma galinha utilizada para subsistência teve amostra coletada para envio a laboratório especializado em Campinas (SP) – o resultado dos testes será fornecido em breve pelo Ministério da Agricultura.
Conforme o governo do Estado, as sete barreiras sanitárias instaladas na área funcionam 24 horas por dia e já possibilitaram a desinfecção de aproximadamente 1.200 veículos. São duas na rodovia federal BR-386, uma no pedágio e outra na balança, mais uma na RS-124, outra na TF-10 (sentido a Triunfo) e outras três em estradas vicinais, uma das quais com bloqueio.
Servidores realizam, ainda, em atividades de educação sanitária, com orientações em escolas e visitas a agropecuárias no mesmo raio de 10 quilômetros. A partir de sábado (24), quando se completarão sete dias da primeira visita, todas essas propriedades passarão por nova vistoria.
(Marcello Campos)