Tenho acompanhado os movimentos e ações de divulgação para implantação das escolas cívico-militares, no Rio Grande do Sul. O movimento é legítimo e extremamente importante, esforçando-se para trazer mais qualidade ao ensino com disciplina como base, enaltecendo o respeito aos mestres e amor à pátria.
Quem tem mais de 50 anos de idade vai lembrar que estudamos em escolas com forte viés de civismo e disciplina. Filas organizadas por classe, cantar o hino nacional em datas comemorativas, ir para sala de aula em ordem e em silêncio.
Em aula, só falávamos quando chamado pelo professor. Levantar quando outro professor entrava na sala de aula. Respeito aos horários.
Evidente que num ambiente de mais disciplina e respeito, as possibilidades de um melhor aprendizado são potencialmente bem maiores. Mas, ainda sim, sem garantia de nada!
Entrando mais a fundo na questão, a educação é uma prestação de serviços de
transferência de conhecimento através de profissionais treinados para este fim. Sendo o aluno, em última análise, o beneficiário destes serviços, que nas escolas públicas são pagos por todos nós.
Investimento de médio prazo para que tenhamos bons profissionais na sociedade. A nova escola, seja ela cívico-militar ou as antigas escolas públicas, devem implantar o que já tivemos, ou seja, educação baseada fortemente nos conceitos de causas e consequências.
Temos que ter a humildade de reconhecer que o sistema de aprendizado pelo “fluxo” faliu ! Sem avaliação da qualidade do ensino, tipo Código de Defesa do Consumidor, as escolas públicas seguem emitindo certificados de conclusão de ensino médio sem que o portador não domine nem a metade do conteúdo previsto.
É um estelionato, pois a escola atesta no certificado, mas sabe que o aluno não sabe! Os diplomas de escolas públicas atualmente têm seu “modus operandi” dos antigos passadores de cheques sem fundos.
As escolas têm que ir para o SPC, e quem assina o certificado para a prisão!
* Rogério Pons da Silva, jornalista e empresário industrial