O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), começou a anunciar nessa sexta-feira (9) os nomes do primeiro escalão de seu futuro governo, que começa em 1º de janeiro de 2023. Na lista inicial, foram definidos os chefes das seguintes pastas: Fazenda; Casa Civil; Justiça e Segurança Pública; Defesa e Relações Exteriores.
O governo eleito vem afirmando que o desenho da Esplanada dos Ministérios será similar ao do segundo mandato de Lula (2007-2010). Veja quem são os ministros confirmados:
Fernando Haddad
Ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Haddad comandará o novo Ministério da Fazenda. A pasta será fruto do desmembramento do atual Ministério da Economia, que também dará origem aos ministérios de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e de Planejamento, Orçamento e Gestão.
Haddad foi ministro da Educação entre 2005 e 2012, nos governos Lula e Dilma Rousseff. Também foi prefeito da cidade de São Paulo de 2013 a 2016 e concorreu à Presidência da República em 2018, ficando em segundo lugar. No pleito deste ano, concorreu ao governo de São Paulo perdendo no segundo turno para Tarcísio Freitas.
Advogado de formação, Haddad especializou-se em Direito Civil e fez mestrado em economia e doutorado em filosofia. Também foi professor de Teoria Política Contemporânea do Departamento de Ciência Política da USP e analista de investimento do Unibanco.
Rui Costa
Atual governador da Bahia, com mandato até 31 de dezembro, o petista Rui Costa assume a Casa Civil, pasta que auxilia o presidente em suas atribuições e coordena a integração entre os ministérios. Costa é um dos principais aliados e articuladores de Lula.
Na Casa Civil, o político será um dos ministros que despacharão dentro do Palácio do Planalto. A Casa Civil funciona como uma espécie de centro administrativo do governo federal, responsável por articular a execução das políticas públicas pelos demais ministérios.
O cargo costuma ser ocupado por um político de confiança do presidente da República. Lula, por exemplo, teve a ex-presidente Dilma Rousseff como chefe da Casa Civil. A atuação de Dilma na pasta a qualificou para ser a indicada do PT à sucessão de Lula.
Flávio Dino
Ex-governador Maranhão e senador eleito pelo estado, Flávio Dino assumirá o novo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Dino é um dos coordenadores do grupo técnico que discute Justiça e Segurança Pública neste período de transição. Durante as reuniões com especialistas, o senador eleito defendeu a revogação de decretos do presidente Jair Bolsonaro que flexibilizaram o acesso a armas no País.
O novo ministro da Justiça já disse que é preciso discutir uma “modulação” da quantidade de armamento que já está nas mãos da população, com o objetivo de tirar de circulação, por exemplo, as armas de grosso calibre.
José Múcio
O ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro assumirá o Ministério da Defesa a partir de 2023. As Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) integram a estrutura do ministério, que voltará a ser comandado por um civil. Desde 2018, ainda no governo de Michel Temer (MDB), que o titular da pasta é um general do Exército.
Ex-deputado federal (PE), Múcio, 74 anos, vai integrar novamente equipe ministerial de Lula. Antes de assumir a cadeira no TCU, por indicação do petista, foi ministro da Secretaria de Relações Institucionais no segundo mandato presidencial de Lula.
Múcio, considerado um político conciliador e moderado, terá a missão de melhorar a relação de Lula com os militares, que tiveram participação de destaque em cargos de gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). A escolha de Múcio foi bem recebida por militares.
Mauro Vieira
Mauro Vieira foi escolhido para comandar novamente a pasta do Itamaraty. Ele já comandou o Itamaraty durante o segundo governo Dilma Rousseff (PT), entre 2015 e 2016 – deixou o cargo após o processo de impeachment da presidente. Atualmente, o diplomata de carreira chefia a Embaixada do Brasil em Zagreb, capital da Croácia.
Além de ministro, Mauro Vieira foi embaixador do Brasil na Argentina entre 2004 e 2010; embaixador do Brasil nos Estados Unidos entre 2010 e 2015; e representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) entre 2016 e 2020.
Antes, foi embaixador do Brasil nos Estados Unidos, de 2010 a 2015, e também na Argentina, de 2004 a 2010. A nomeação como embaixador na Croácia aconteceu já na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).