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Especialistas abordam os desafios e as escolhas alimentares da população brasileira

O evento contou com a mediação do jornalista Marcelo Tas. (Foto: Ana Carolina Rodrigues/Especial/ O Sul)

Quase tudo na vida é movido por escolhas. Seja no âmbito profissional ou pessoal, o tempo todo, as pessoas elegem algo em detrimento de opções menos importantes ou relevantes para aquela situação. Com a alimentação não é diferente. Diante de uma ampla oferta de alimentos, o consumidor precisa escolher o que melhor se adequa para a sua família. E, nos dias de hoje, onde muitos alimentos são vistos como vilões e o estilo de vida interfere diretamente nos hábitos alimentares, essa tarefa se tornou um grande desafio.

Com esta proposta, a Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação) promoveu o workshop intitulado “Desafios e escolhas alimentares da população brasileira”, realizado na quarta-feira (18), em São Paulo. O objetivo foi discutir e esclarecer tudo o que envolve a rotulagem nutricional dos alimentos industrializados. Com mediação do jornalista Marcelo Tas, o evento contou com especialistas na área, que apresentaram dados e pesquisas no ramo.

Rotulagem

“As pessoas têm o direito de ter uma alimentação saudável”, afirmou a nutricionista Márcia Terra, membro da diretoria da Sban (Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição). Para ela, é importante que as pessoas façam as suas escolhas alimentares com consciência. “Empoderar as pessoas para que elas façam suas próprias escolhas alimentares”, destacou Márcia.

Ainda de acordo com  Márcia, é essencial encarar a alimentação com olhar multifatorial. “Está claro que o desenvolvimento tecnológico trouxe facilidades e oportunidades, com opções de consumo que não prejudicam a saúde. Hoje somos levados para tudo o que possa facilitar a vida cotidiana e o trabalho na cozinha. As razões que envolvem a escolha dos alimentos são inúmeras, porém, a mais relevante é baseada no entendimento, fato que contribui para uma grande mudança nos padrões alimentares da população”, explicou a especialista.

A nutricionista Vanderlí Marchiori ressaltou que a rotulagem dos alimentos é uma ferramenta essencial para que o consumidor obtenha informações de forma padronizada, clara, simples e segura, para tomar decisões alimentares personalizadas e equilibradas. “A indústria vem caminhando para atender a necessidade da população e empoderar o consumidor para que ele seja capaz de fazer suas escolhas. A informação que deve constar no produto precisa ser clara e direta, este é o caminho para a educação nutricional, em que as pessoas tenham à sua disposição dados corretos e concretos sobre o alimento que está adquirindo”, apontou.

“Eu estava com sobrepeso e decidi procurar ajuda nutricional. Compreendi quais os elementos para uma alimentação saudável e a reeducação alimentar. Além disso, me conscientizei dessa liberdade de escolha. O consumidor precisa ter essa liberdade, ver o rótulo dos produtos. Acabei perdendo em três meses sete quilos e agora mais três”, destacou Marcelo.

“A proposta do setor é baseada em duas premissas principais: oferecer informações mais completas sobre o alimento e empoderar o consumidor. Acreditamos que o modelo com cores é o que melhor informa sobre os nutrientes contidos nos produtos e o que mais empodera o consumidor na sua decisão de compra. Confiamos na capacidade das pessoas em fazer suas escolhas alimentares, quando bem informadas”, declarou Edmund Klotz, presidente da Abia, que ressaltou a importância do 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação.

O significado das cores nos rótulos

A cor verde indica que o consumo está mais longe da recomendação diária do nutriente (IDR), ou seja, pode-se ingerir uma quantidade maior daquele nutriente. A cor amarela demanda atenção, pois o alimento já está com níveis mais próximos de se alcançar a recomendação diária de consumo. A cor vermelha indica que o consumidor está bem próximo de alcançar a recomendação diária do nutriente somente com o consumo deste único alimento; por isso, é importante controlar o consumo de outros alimentos com maior aporte desse nutriente.

A proposta prevê, na tabela nutricional, a mudança da base de indicação das informações sobre os nutrientes para 100g, o que permite ao consumidor comparar alimentos de uma mesma categoria e de categorias diferentes. Essa informação, aliada à indicação por porção no painel frontal da embalagem, oferece dados mais completos aos consumidores.

Alimentos processados 

Outro ponto debatido no workshop foram os alimentos processados. Segundo os especialistas, eles podem ser definidos como: “Alimentos modificados do seu estado original por meio de uma grande variedade de tipos de processamento, com diversas finalidades”. A maioria dos alimentos consumidos passa por algum tipo de processamento nos lares, nos serviços de alimentação ou na indústria.

O relatório Tendências Globais em Alimentos e Bebidas 2017, realizado pela consultoria Mintel, revela que o investimento em tempo necessário para o preparo das refeições irá se tornar tão importante quanto a escolha dos ingredientes e nutrientes, o que estimula a necessidade de soluções com alimentos nutritivos e customizáveis.

Dessa maneira, ciência e tecnologia trazem contribuições práticas que resultam em produtos e serviços inovadores. “Estamos em um novo patamar de desenvolvimento e o crescente investimento em pesquisa e inovação no Brasil é voltado para um modelo de alimentação segura, que atenda ao atual estilo de vida da população e também informe adequadamente o consumidor por meio da embalagem e da rotulagem”, salientou Luis Madi, o diretor-geral do ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos).

Vale lembrar que cada indivíduo apresenta necessidades nutricionais distintas, que mudam de acordo com idade, prática de atividade física, condições gerais de saúde e situação metabólica, entre outros fatores. Logo, uma alimentação adequada varia de pessoa para pessoa. (Ana Carolina Rodrigues/O Sul) 

Alimentos frescos sempre são ótimas opções na hora da refeição. (Foto: Ana Carolina Rodrigues/Especial/O Sul)

 

 

 

 

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