O ex-chefe de Operações de Inteligência da Argentina, Antonio Jaime Stiuso, reivindicado pela Justiça do país vizinho, viajou com passaporte italiano do Brasil para os Estados Unidos no último mês de fevereiro, segundo um relatório do escritório da Interpol em Brasília divulgado, na quarta-feira, pelo governo argentino.
Por conta da circular azul emitida pela Interpol sobre o paradeiro de Stiuso, o escritório de Brasília informou Buenos Aires (Argentina) que o ex-espião tomou um voo de Porto Alegre com destino a Miami (EUA) em 19 de fevereiro.
Através de um comunicado, o Ministério de Segurança da Argentina assinalou que também solicitaram a colaboração da Interpol em Washington (EUA), mas esta delegação respondeu que devem canalizar o pedido “por intermédio de um pedido formal de assistência legal”.
Segundo a pasta de Segurança, toda a informação recebida será remetida amanhã à procuradoria que investiga o atentado contra a sede do consorciado judaico Amia e que requereu a emissão da circular azul.
Stiuso colaborava estreitamente com o procurador especial do caso Amia, o falecido Alberto Nisman, cuja morte, em janeiro deste ano, ainda não foi esclarecida.
A Justiça argentina o reivindica para que preste depoimento e esclareça “o objetivo e alcance das distintas tarefas realizadas no marco da investigação” do atentado contra o consorciado, no qual morreram 85 pessoas em julho de 1994.
Sobre Stiuso, afastado dos serviços de inteligência em dezembro do ano passado, também pesam acusações de suposta lavagem de dinheiro, contrabando e enriquecimento ilícito.