A apresentação da primeira Estação Móvel de Envasamento e Rotulagem de Vinhos do Rio Grande do Sul, na 48ª Expointer 2025, representa mais que um avanço tecnológico: é um marco estratégico para a competitividade das pequenas vinícolas. Única em operação no Brasil, a unidade instalada sobre um caminhão leva para dentro das propriedades todo o processo — da filtragem ao rótulo final — com capacidade de 450 garrafas por hora.
O projeto, financiado por emenda parlamentar de R$ 750 mil articulada pelo deputado estadual Guilherme Pasin e executado em parceria com Emater/RS e Consevitis-RS, nasceu de missões técnicas no Chile, Argentina e Europa. Ao importar um modelo consolidado no exterior, encurta-se o tempo de adoção de tecnologias no setor vitivinícola gaúcho.
Para micro e pequenos produtores, a estação significa redução de custos, ganho de tempo e padronização de qualidade. Segundo o presidente da Emater/RS, Luciano Schwerz, trata-se de “inovação e tecnologia a serviço das pequenas propriedades rurais”. Já Luciano Rebelatto, do Consevitis-RS, destaca o caráter coletivo: a unidade pode atender diferentes vinícolas de uma mesma região, estimulando cooperação e uso compartilhado.
Pasin ressalta que a tecnologia realiza em uma hora o que antes levava um dia inteiro, liberando o produtor para focar em marketing e vendas. Em um mercado globalizado, onde apresentação e consistência pesam tanto quanto a qualidade do vinho, essa eficiência pode ser decisiva.
O desafio será escalar o atendimento e medir o impacto real na renda e na competitividade das vinícolas. Se bem gerida, a estação móvel pode se tornar modelo replicável para outros polos vitivinícolas do país, consolidando o RS como referência em inovação aplicada ao vinho.