O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, criticou no domingo (19) a possibilidade de a China fornecer armas e munição à Rússia. “Até ao momento, empresas chinesas […] forneceram apoio não letal à Rússia para uso na Ucrânia. Agora estamos preocupados com a informação de que estão considerando fornecer apoio letal”, comentou, numa entrevista à emissora CBS News, sublinhando que a situação poderá ter “sérias consequências”.
Ele relatou que no sábado, à margem da Conferência de Segurança de Munique, se reuniu com o representante máximo da diplomacia chinesa, Wang Yi, e transmitiu-lhe a “profunda preocupação” dos Estados Unidos com a ocorrência desse tipo de transação.
Justificando as suspeitas de Washington, Blinken discorreu: “Apenas semanas antes da agressão [militar russa em solo ucraniano], você lembrará que o presidente Xi [Jinping, da China] e o presidente [russo Vladimir] Putin tiveram um encontro em que falaram de parceria sem limites. E estamos apreensivos que, entre essa falta de limites, esteja o apoio chinês para a Rússia na guerra.”
Alegações falsas
Após as declarações de Blinken, a China rejeitou nesta segunda-feira (20) como “falsas” as alegações dos Estados Unidos de que Pequim está considerando enviar armas à Rússia para ajudá-la na guerra contra a Ucrânia, reiterando um apelo ao diálogo para encerrar o conflito.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse nesta segunda-feira que “são os Estados Unidos, e não a China, que estão constantemente enviando armas para o campo de batalha”, quando questionado sobre as declarações dos EUA.
O porta-voz chinês exortou os Estados Unidos a “refletir seriamente sobre suas próprias ações e fazer mais esforços para acalmar a situação, promover a paz e o diálogo e parar de culpar os outros e espalhar informações falsas”.
“A posição da China sobre a questão da Ucrânia pode ser resumida em uma frase: encorajar a paz e promover o diálogo”, insistiu ele em uma coletiva de imprensa regular.
A ofensiva lançada pela Rússia contra a Ucrânia é uma questão difícil para a China, que tem buscado se posicionar como um país neutro, mas fornece apoio diplomático a Moscou, que é um aliado estratégico de Pequim.
“Está claro para a comunidade internacional quem está pedindo diálogo e lutando pela paz, e quem está atiçando o fogo”, acrescentou Wang, reiterando o pedido de apoio da China para sua proposta de acabar com a guerra. As informações são das agências de notícias Reuters e AFP.