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Estados Unidos assinam acordo de paz com Talibã e prometem retirar tropas do Afeganistão em 14 meses

O negociador americano, Zalmay Khalilzad. (Foto: Reprodução/Twitter)

Os Estados Unidos e o Talibã assinaram neste sábado (29) em Doha, no Catar, um acordo de paz histórico. O negociador americano, Zalmay Khalilzad, e o mulá Abdul Ghani Baradar, assinaram o texto, e em seguida, apertaram as mãos.

Pelo acordo, o Talibã se compromete a parar ataques, não apoiar grupos terroristas e negociar com o governo afegão. Já as tropas dos EUA e da coalizão da Otan deixarão o país até abril de 2021. O Talibã fica livre de sanções, caso os termos acordados sejam cumpridos.

Ambos os governos (Estados Unidos e Afeganistão) prometeram libertar cerca de 5.000 prisioneiros ligados ao Talibã. O grupo retribuirá soltando cerca de 1.000 presos.

Redução

O número de militares será reduzido gradualmente de cerca de 14 mil para 8.600 até julho. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou que o Talibã se comprometeu a manter os progressos obtidos pelas mulheres desde 2001, e a cortar seus laços com Al Qaeda, além de combater o Estado Islâmico.

O mulá Abdul Ghani Baradar firmou o acordo em nome do Talibã e disse que o grupo está comprometido com os termos. Ele chamou os políticos e outros grupos afegãos a construir um regime islâmico para o Afeganistão e pediu que países como Paquistão, Indonésia, China e Rússia participem da reconstrução nacional.

Questões domésticas

Os Estados Unidos se comprometeram a não se envolver em questões domésticas do Afeganistão, a enviar recursos para equipar as forças de segurança afegãs e a retirar as sanções contra o Talibã até agosto de 2020.

Comedimento

Líderes dos EUA e da Otan foram comedidos em relação ao sucesso do acordo. Pompeo disse que o Talibã mostrou boa vontade ao respeitar uma trégua de uma semana, que antecedeu o acordo, mas que o monitoramento do cumprimento dos termos será firme.

As conversas entre o Talibã, governo afegão e outras forças do país ainda vão iniciar. O governo local até então era visto como marionete dos americanos.

Os Estados Unidos invadiram o Afeganistão em 2001, após os ataques de 11 de setembro, removendo o Talibã do poder.

Apesar de haver eleições desde 2004, denúncias e conflitos comprometem a credibilidade do governo e reforçam o retorno do poder do Talibã.

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