O Departamento de Defesa dos Estados Unidos confirmou o envio de um pacote de ajuda militar de US$ 400 milhões à Ucrânia.
A remessa inclui quatro lança-foguetes Himars, cerca de mil tiros de artilharia de 155 milímetros e de grande precisão, além de três veículos táticos, sistemas de radar, peças de substituição e outros equipamentos.
Desde o início do governo de Joe Biden, os EUA já forneceram US$ 8 bilhões em assistência de defesa à Ucrânia, sendo US$ 2,2 bilhões nas últimas três semanas.
A Ucrânia cobra o envio de mais armas pelo Ocidente para fazer frente à invasão promovida pela Rússia, que já conquistou as províncias de Kherson, no sul, e Lugansk, no leste, e agora avança em Donetsk.
Já Moscou afirma que o apoio militar a Kiev serve apenas para prolongar a guerra e afastar a perspectiva de paz.
Guerra longa
Autoridades ocidentais tentavam convencer a Rússia a permitir que a Ucrânia envie seus grãos para o mundo, à medida que a guerra de quatro meses ameaça levar fome a países distantes dos campos de batalha. Moscou, por sua vez, acusou o Ocidente de travar uma guerra econômica contra a Rússia ao tentar isolá-la com sanções impostas pela invasão de 24 de fevereiro.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, alertou que as operações militares da Rússia na Ucrânia mal começaram e as perspectivas de negociação se tornam mais fracas conforme o conflito se arrasta.
“Ouvimos muitas vezes que o Ocidente quer lutar contra nós até o último ucraniano. Isso é uma tragédia para o povo ucraniano, mas parece que tudo está caminhando para isso”, disse Putin em discurso ao Parlamento na quinta-feira.
Na última semana, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reiterou essa postura, dizendo que a Rússia usou apenas uma pequena parte de seu potencial na operação na Ucrânia.
Nas linhas de frente na região de Donbas, no leste da Ucrânia, autoridades informaram que os russos continuaram bombardeando cidades e vilarejos antes de um novo esforço para conquistar mais território.
Em uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do G20 em Bali, Indonésia, alguns dos críticos mais ferrenhos da invasão russa confrontaram o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
No topo de suas preocupações estava a retirada de carregamentos de grãos da Ucrânia dos portos bloqueados no Mar Negro. A Ucrânia é um dos principais exportadores e as agências de ajuda alertaram que os países da África, Oriente Médio e outros vão enfrentar escassez devastadora de alimentos se os suprimentos não chegarem a eles.
Em uma sessão plenária, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, fez um apelo para Moscou liberar grãos ucranianos para o mundo, disse uma autoridade ocidental.