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Estados Unidos e China acirram guerra tarifária com imposições mútuas

Rivalidade com os EUA marca expectativa pós-crise do gigante da região. (Foto: Reprodução)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na sexta-feira (23) um aumento das taxas aduaneiras para produtos chineses totalizando 550 bilhões de dólares. Em uma série de tuítes, ele comunicou que, a partir de 1º de setembro, mercadorias vindas da China num volume de 300 bilhões de dólares, atualmente taxadas em 10%, passarão a pagar 15%. Outras, totalizando 250 bilhões de dólares, que pagam 25%, estarão submetidas a um imposto de 30% a partir de 1º de outubro. As informações são da emissora internacional de notícias da Alemanha Deutsche Welle e da agência de notícias Reuters.

Antes, também pelo Twitter, numa quebra de protocolo sem precedentes, ele declarou: “Por esta, ordeno que nossas grandiosas companhias americanas imediatamente comecem a procurar uma alternativa para a China”, e voltem a se instalar em território americano. Assim, o magnata imobiliário deu peso de decreto a uma postagem de rede social, desencadeando escárnio generalizado no país e no exterior. Na sexta-feira, a bolsa de Nova York apresentou a maior queda da semana, de cerca de 3%.

Em retaliação aos pronunciamentos de Trump na véspera do início da cúpula do G7 na França, o Ministério das Finanças chinês anunciou que aumentará as tarifas sobre 5.078 produtos americanos no valor de 75 bilhões de dólares. As taxas, entre 5% e 10%, entrarão em vigor em duas etapas, em 1º de setembro e 15 de dezembro, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).

A partir de 15 de dezembro, Pequim pretende, ainda, recolocar as tarifas de 25% sobre os automóveis americanos, e de 5% sobre peças automotivas, as quais estavam provisoriamente suspensas como sinal de “boa vontade” do país asiático nas negociações. Segundo especialistas, a retaliação da China agrava a guerra comercial entre as duas potências que ameaça precipitar a economia mundial numa recessão.

Em junho, Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, acordaram retomar as negociações, mas as conversas de julho, em Xangai, terminaram sem qualquer progresso. Os negociadores conversaram recentemente por telefone, e deverão encontrar-se em Washington em setembro, de acordo com a agência de notícias AP.

Ações erradas

A China disse neste sábado (24) que se opõe fortemente à decisão de Washington de cobrar tarifas adicionais a 550 bilhões de dólares em mercadorias chinesas e alertou os Estados Unidos de consequências se não encerrarem suas “ações erradas”.

Os comentários feitos pelo Ministério do Comércio da China vieram depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na sexta-feira que Washington imporia um imposto adicional de 5% sobre os produtos chineses.

Esse protecionismo comercial unilateral e intimidador e a pressão máxima violam o consenso alcançado pelo chefe da China e dos Estados Unidos, violam o princípio do respeito mútuo e do benefício mútuo e danificam seriamente o sistema comercial multilateral e a ordem comercial internacional normal”, disse ministério do comércio da China em um comunicado neste sábado.

A China adverte fortemente os Estados Unidos a não julgarem mal a situação ou subestimarem a determinação do povo chinês”, acrescentou.

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