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Estados Unidos e Europa subestimaram poder do zika vírus e do mosquito Aedes aegypti

zika e Aedes não foram incluídos entre os que podiam ser usados por terroristas, o que atrasou pesquisas. (Foto: AP)

O zika vírus e o mosquito Aedes aegypti sofre pela falta de pesquisa e de cientistas dedicados ao assunto em razão de uma decisão estratégica: na Europa e, principalmente, nos Estados Unidos: o vírus não foi incluído nos potenciais elementos que poderiam ser usados como armas terroristas nos últimos 15 anos, secando recursos para instituições que tinham projetos no setor e atraindo cientistas a áreas com maior remuneração.

O resultado é que, agora, as pesquisas partem praticamente de um patamar baixo e o desenvolvimento de uma vacina pode produzir algo apenas para o fim da década. Mas o surto que tem o Brasil como epicentro também recolocou a questão sobre como o mundo deve se preparar para novas ameaças biológicas desconhecidas, alimentadas por um clima cada vez mais quente e uma pobreza persistente. “A humanidade se depara com novas doenças e, com a globalização, não existe motivo para pensar que esses vírus não viajarão”, ressaltou o chefe da unidade de emergência na OMS (Organização Mundial da Saúde) para lidar com o zika, Bruce Aylward.

Mas, na entidade com sede em Genebra (Suíça), a cúpula não nega que a relação entre segurança nacional e a cura para doenças se transformou em um elemento central para o avanço da medicina. Inofensivo em 75% dos casos, o zika foi praticamente abandonado pelos centros de pesquisas financiados pelas potências militares. (AE)

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