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Estados Unidos entram na Justiça contra tráfico do Estado Islâmico de antiguidades

Moeda de ouro com a face do imperador romano Adriano, um dos quatro artefatos sírios que os EUA acreditam terem sido traficados pelo Estado Islâmico. (Foto: Departamento de Estado dos EUA)

O governo dos Estados Unidos entrou na Justiça para tentar deter o comércio de antiguidades pela facção terrorista Estado Islâmico. A ação, protocolada na Corte do Distrito de Colúmbia, na capital Washington, se baseia em uma lei norte-americana que torna sujeito a confisco bens de uma organização terrorista.

É a primeira vez que o Departamento de Justiça usará a lei para tentar recuperar artefatos culturais em posse do Estado Islâmico, segundo autoridades americanas.

A nova abordagem ocorre em meio a uma crescente pressão internacional para conter o mercado negro de antiguidades contrabandeadas da Síria e do Iraque, países com regiões controladas pela facção terrorista.

A ação judicial “é um aviso àqueles que traficam antiguidades preciosas e a quem pretende lucrar com a exploração pelo Estado Islâmico da herança cultural de áreas sob seu controle”, afirmou o procurador Channing D. Phillips.

O governo pretende recuperar quatro artefatos: duas moedas de ouro do Império Romano com a face do imperador Adriano (76-138); um anel de ouro de Deir al-Zor, cidade no Leste da Síria; e uma escultura do Império Assírio (2.500-612 a.C.).

Os objetos foram identificados em uma série de fotografias e documentos encontrados na primeira incursão por terra da Força Delta (unidade de elite do Exército dos EUA) no Leste da Síria, em maio de 2015, que resultou na morte de um dos líderes do Estado Islâmico, Abu Sayyaf.

Não se sabe onde estão os quatro itens listados na ação judicial, mas as fotos e documentos apreendidos mostram os artefatos dispostos como se fossem apresentados para venda no mercado internacional, diz a ação. Ao menos um dos itens teria sido comprado em dólares norte-americanos —o valor é desconhecido.

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