Um comitê consultivo independente da agência reguladora norte-americana (FDA, sigla em inglês) recomendou nesta terça-feira (26) que a vacina da Pfizer contra a Covid-19 seja aplicada em crianças de 5 a 11 anos nos Estados Unidos. A expectativa é de que a imunização desta faixa etária comece em novembro.
A recomendação do comitê independente não é definitiva e nem obrigatória, mas a agência reguladora normalmente a segue à risca as indicações do grupo. Caso a recomendação seja confirmada pela FDA, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos, ainda precisa dar seu aval e estabelecer os protocolos desta futura etapa de vacinação.
Vacinas para crianças de 5 a 11 anos provavelmente estarão disponíveis na primeira quinzena de novembro, disse no domingo o especialista em doenças infecciosas dos EUA Anthony Fauci, prevendo um calendário que pode levar muitas crianças a estarem totalmente vacinadas até o final do ano.
“Se tudo correr bem, e conseguirmos a aprovação regulatória e a recomendação do CDC, é inteiramente possível, se não muito provável, que as vacinas estarão disponíveis para crianças de 5 a 11 na primeira ou segunda semana de novembro”, disse Fauci em uma entrevista ao programa This Week, da rede americana de televisão ABC.
Nos EUA, a expectativa é que este parecer dos especialistas seja o primeiro passo para, talvez já na próxima semana, começar a vacinação de um público de 28 milhões de pessoas desta faixa etária. A dose prevista para as crianças é de um terço da aplicada nos adultos.
Exceto por uma abstenção, os especialistas votaram de forma unânime, apontando que os benefícios da prevenção contra a Covid-19 superam eventuais riscos associados à vacinação nesta faixa etária.
Eficácia comprovada
Na sexta-feira (22), a Pfizer informou que sua vacina contra a Covid-19 é segura e mais de 90,7% eficaz na prevenção de infecções em crianças de 5 a 11 anos. Os dados foram enviados à Food and Drug Administration (agência regulatória americana).
O estudo acompanhou 2.268 crianças de 5 a 11 anos que receberam duas doses da vacina ou placebo, com três semanas de intervalo. Cada dose foi um terço da quantidade administrada a adolescentes e adultos.
Segundo os pesquisadores, 16 crianças que receberam o placebo foram infectadas com Covid-19, em comparação com três que receberam o imunizante.
Moderna
Já a farmacêutica Moderna anunciou na segunda-feira (25) que sua vacina contra a covid-19 é segura e produz uma poderosa resposta imunológica em crianças de 6 a 11 anos. Os resultados são preliminares e ainda não foram publicados em nenhuma revista. A vacina não é usada no Brasil.
Os dados dos testes clínicos com mais de 4.700 crianças desta faixa etária “demonstram uma forte resposta imunológica (…) um mês depois da segunda dose e um perfil de segurança favorável”, afirmou a farmacêutica.
Em crianças de 6 a 11 anos, a maioria dos eventos colaterais foram leves ou moderados; as mais comuns são fadiga, dor de cabeça, febre e dor no local da injeção.
A Moderna planeja enviar os dados para a Food and Drug Administration (agência regulatória dos EUA), para a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e outros reguladores globais em breve. As informações são do jornal O Globo e do portal de notícias G1.