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Estados Unidos querem suspender russos de Conselho de Direitos Humanos da ONU, enquanto Moscou nega acusações e alega fraude

"As imagens de Bucha e a devastação na Ucrânia requerem que devemos coincidir nossas palavras com nossa ações", disse embaixadora americana na ONU. (Foto: Reprodução)

Os Estados Unidos devem tentar suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em resposta principalmente “às imagens de Bucha”, a cidade ucraniana onde foram encontrados dezenas de corpos de civis, anunciou nesta segunda-feira (4) a embaixadora de Washington nas Nações Unidas.

“As imagens de Bucha e a devastação na Ucrânia requerem que devemos coincidir nossas palavras com nossa ações”, afirmou Linda Thomas-Greenfield no Twitter.

“Não podemos permitir que um Estado-membro que está subvertendo todos os princípios que estimamos continue sendo parte” do Conselho, acrescentou.

“A Rússia não deveria ter uma posição de autoridade neste corpo, nem deveríamos permitir a Rússia que use sua posição no Conselho como ferramenta de propaganda para sugerir que tem uma preocupação legítima sobre direitos humanos”.

Jornalistas independentes internacionais reportaram no fim de semana corpos com roupas civis, alguns com mãos atadas, na cidade de Bucha, nos arredores da capital ucraniana Kiev, após a retirada das tropas russas.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu nesta segunda-feira que foram cometidos “crimes de guerra” em Bucha que serão “reconhecidos como genocídio”, ainda que Moscou tenha negado sua responsabilidade.

A magnitude do massacre está sendo investigada, mas a procuradora-geral ucraniana, Iryna Venediktova, indicou que 410 corpos de civis já foram recuperados.

A Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, a chilena Michelle Bachelet, disse que as imagens de Bucha indicam “possíveis crimes de guerra”.

Rússia nega

Autoridades da Rússia negaram nesta segunda-feira (4) as acusações feitas pela Ucrânia de que as tropas do país cometeram atrocidades contra civis em cidades próximas a Kiev. O ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, disse ao subsecretário-geral da ONU, Martin Griffiths, que Moscou vê a acusação ucraniana de que civis foram massacrados em Bucha, nos arredores da capital, como uma “provocação que representa uma ameaça direta à paz global e à segurança”.

Sugerindo uma encenação, Lavrov questionou o prefeito de Bucha por não ter revelado a suposta atrocidade contra os civis assim que os soldados russos deixaram a cidade, o que foi ocorrer apenas dois dias depois.

Autoridades ucranianas disseram que pelo menos 410 corpos de civis foram encontrados em áreas fora de Kiev após a saída das tropas russas na semana passada. Havia sinais de tortura em alguns deles, o que gerou uma forte condenação global.

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