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Estilistas desvendam os segredos femininos captando os desejos da mulher moderna

Profissionais transformam passarela em laboratório para criações originais, bem-construídas e sensuais. (Crédito: Reprodução)

Depois da temporada de desfiles no País, é possível responder às seguintes perguntas. Número 1: o que estará nas vitrines do verão? Resumindo bastante: roupas brancas, frescas, de algodão, de seda. Casacos tipo quimono, acinturados, sofisticados, com decote em V. Batas e bijuterias étnicas, como brincos grandes. Babados delicados, looks em tons claros de azul e de rosa.

Número 2: o que a mulher adulta, moderna e bem-sucedida vai querer usar? Que tipo de roupa virá em mente na primeira hora do dia, quando surge aquela fatídica dúvida: o que vestir hoje? De bate pronto, pode-se dizer que a coleção da estilista Giuliana Romanno, que foi apresentada na SPFW (São Paulo Fashion Week), resolve a questão.
Giuliana faz uma alfaiataria moderna, bem construída e sexy. Este é apenas o seu terceiro desfile na SPFW e é bom observar a sua evolução. Desta vez, ela conseguiu captar os anseios de sua clientela descolada e transportá-los para o universo das passarelas, fazendo roupas muito desejáveis.

Tudo ali é comercial. Mas existe um conceito definido por trás de cada peça: a mulher de hoje quer se fazer notar em diversos ambientes, como o corporativo, o social, o artístico e o familiar. E, por isso, precisa de uma roupa que vista bem, que melhore suas formas, que tenha algo de moderno e de único e que, de preferência, seja um tanto sensual.
“Muito fresco o jogo de mostra e esconde com fendas, na frente e atrás, e o uso elegante de argolas de jacarandá e pingentes de pedras naturais, quase imperceptíveis, pela roupa”, definiu a diretora de moda da Vogue Brasil, Barbara Migliori. “Cada vez mais confiante no trabalho com a alfaiataria, Giuliana tratou a laise feita de organza como se fosse tecido plano, intercalando com linhos e sedas em tom de azul denim.”

Mulher contemporânea.

Mestre no trabalho com couros, Patricia Viera também foca nessa mulher contemporânea. Dona de fábrica com maquinário próprio, a estilista desafia os limites do conhecido no uso do material, modificando a percepção dos consumidores. Para o verão 2016, ela propôs uma viagem para a Costa Rica dos anos 1960. O comprimento médio nas saias de cintura alta e vestidos, além dos tops mínimos, trouxeram as tendências internacionais do momento ao desfile. Mas a força dela está na sutileza do trabalho com o couro, que, muitas vezes, confunde de tão leve e maleável.

Tricô.

Outra especialista, a estilista Gina Guerra, da Gig Couture, aposta em uma coleção inteirinha em tricô. A marca mineira ganhou território ao evoluir na criação de texturas em jacquard e pontos inovadores feitos a partir de fios sintéticos e com maquinário japonês tecnológico. Baseado em ideias da cultura pop dos anos 1960, o desfile apresentou uma paleta de cores ora eletrizante, ora suave, como tons de algodão doce. As silhuetas, os recortes e as fendas comprovaram a expertise da estilista. “Sempre parto do desafio ao tricô. Tenho esse dever com a cliente que quer vestir algo diferente”, diz ela. “A moda fala muito. E toda mulher, de certa forma, é apegada a ela. Sinto que tenho um trabalho fundamental nessa cadeia.”

Conhecida pela fama de festeira, Lenny Niemeyer é do tipo que agrega. Na passarela, uma orquestra de cordas embalou as tops que vestiam maiôs e biquínis de modelagem impecável, além de saias de linho, calças de crepe e vestidos plissados. Tudo chique, o auge da sofisticação na moda praia. “Eu me inspirei em um Brasil nostálgico. E pensei em quatro temas: os marinheiros, os malandros, os pierrôs e Carmen Miranda”, diz Lenny. (AE)

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