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Estrangeiros que acompanham o Brasil veem cenário político caótico e recessão agravada por queda no preço das commodities

Especialistas dizem que frustração e o ódio vistos nas ruas refletem os efeitos da recessão. (Foto: Jackson Ciceri / o Sul)

De um lado, a crise política. Do outro, a economia em recessão, sob influência da queda dos preços de commmodities. Ambos os aspectos tendem a comprometer o futuro do País, na avaliação de dois economistas estrangeiros que acompanham a economia brasileira e de emergentes.

Professor da American University e ex-economista-chefe de Mercados Emergentes do ABN Amro, Arturo Porzecanski, diz que o Brasil vive “um ambiente de doença” e que a atual crise é a pior que o País já viveu nas últimas décadas. Na sua avaliação, o cenário atual não permite planejamento a longo prazo e a nomeação do ex-presidente Lula como ministro significou que a presidenta Dilma Rousseff “dobrou as apostas”. “Há um panorama geral dos emergentes não muito positivo, mas é fácil exagerar o pessimismo no caso do Brasil. Se as coisas vão bem, o investidor fica otimista, e não há ambiente para o pessimismo se estabelecer. Mas quando a corrente vai levando os emergentes, toda notícia negativa tem mais impacto”, afirma.

O chefe de Mercados Emergentes do Morgan Stanley Investment Management, Ruchir Sharma, avalia que a mudança política não é suficiente. Para ele, a frustração e o ódio vistos nas ruas refletem os efeitos da recessão. Ele não vê perspectiva de crescimento para o País em um horizonte de cinco a dez anos. O motivo é a grande dependência dos preços de commodities. (AG)

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