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Estudo afirma que zika vírus não foi trazido ao Brasil na Copa do Mundo de 2014

Em relação ao ano passado, houve um aumento nos casos de dengue no país. (Foto: Reprodução)

Desde o início do surto de zika e de casos de microcefalia no Brasil, passou-se a especular qual teria sido a origem do vírus e como ele teria chegado ao País. Uma das hipóteses mais “populares” – que circulava principalmente entre torcedores de futebol – era a de que o zika teria sido trazido para o Brasil na Copa do Mundo de 2014, quando milhões de turistas estrangeiros desembarcaram no País para o Mundial.

Mas essa “teoria” foi descartada por um estudo conduzido por cientistas britânicos e brasileiros, que buscaram os caminhos que o zika percorreu para chegar ao Brasil. As descobertas, divulgadas na publicação científica Science, sugerem que o zika chegou ao País entre maio e dezembro de 2013. Isso foi muito antes de os primeiros casos terem sido detectados, em 2015.

Outra ideia popular era de que o vírus teria chegado ao Brasil durante o Campeonato Mundial de Canoagem de Velocidade, em 2014. Essa teoria também foi descartada pela pesquisa. Para rastrear as origens de um vírus, é preciso estudar a genealogia genética dele. Os pesquisadores analisaram o código genético de sete amostras de zika colhidas pelo Brasil. Primeiramente, descobriram que todos os vírus estavam relacionados diretamente, o que sugere que a infecção foi trazida ao Brasil por apenas uma pessoa.

Desde então, o vírus se espalhou por 34 países ou territórios. Mas o zika ainda é um vírus que tem frequentes mutações. As pequenas diferenças encontradas em cada amostra permitiram aos cientistas construir uma árvore genealógica do zika e estimar quando seu ancestral comum chegou ao Brasil. Segundo essa conclusão, o vírus foi trazido para o Brasil entre o meio de 2013 e o fim daquele ano.

O vírus que se espalhou pela América é muito parecido com o que foi detectado na epidemia que tomou conta da Polinésia Francesa em 2013. Os cientistas, porém, dizem que a ausência de amostras de outros países – principalmente do Leste da Ásia – faz com que ainda não seja possível afirmar com 100% de certeza que o vírus que chegou ao Brasil veio mesmo da Polinésia Francesa. (AG) 

 

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