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“Eu não vou brigar com Paulo Guedes, não vou entrar nesse debate”, diz o presidente da Câmara dos Deputados sobre CPMF

Maia reconheceu que as últimas altercações com o ministro da Economia elevaram a insegurança para os agentes econômicos. (Foto: Gustavo Sales/Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se recusou a comentar as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que reforçou, na última sexta-feira (16), a possibilidade de criação de uma nova CPMF para financiar a desoneração da folha de pagamento das empresas.

“Eu não vou brigar com o ministro Paulo Guedes, não vou entrar nesse debate”, disse Maia, em um evento neste sábado (17). Maia também disse ser contra a possibilidade de estender o estado de calamidade pública, o que impossibilita a prorrogação do auxílio emergencial.

Na noite de sexta-feira, em live em inglês, Guedes disse que “enquanto as pessoas não vierem com uma solução melhor, eu prefiro a segunda melhor, que é esse imposto de merda”.

Maia reconheceu que as últimas altercações com o ministro da Economia elevaram a insegurança para os agentes econômicos e disse ter prometido que não protagonizaria novos conflitos com Guedes até 1º de fevereiro, quando acaba seu mandato como presidente da Câmara.

Ele também afirmou ter dado a palavra de que, se o governo encaminhar a proposta de criação da nova CPMF, ela vai tramitar sem impedimentos na Câmara. “Mas o governo tem de encaminhar e, a partir daí, vamos debater”, acrescentou.

Reforma tributária

Maia afirmou que corporações ligadas ao Fisco em âmbito federal, estadual e municipal não desejam as mudanças trazidas pela reforma tributária porque “não querem perder poder”. Ele também criticou a postura do empresariado brasileiro em relação à reforma.

“Me irrita muito essa paixão dos empresários por reforma administrativa e previdenciária. E quando chega a tributária, eles falam: “vamos deixar para depois”,  criticou.

O presidente da Câmara disse ainda que a adoção de um IVA (Imposto sobre o Valor Agregado) será uma “grande revolução” e abrirá espaço para o encerramento de litígios judiciais e para redução dos custos das empresas. Ele também se mostrou otimista com a tramitação da reforma tributária. “Há ambiente para aprovar”, declarou.

Maia ponderou, por outro lado, que a reforma não pode ser aprovada no Congresso sem a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele citou ainda o receio entre os prefeitos das capitais de que haja perda de receitas. “Pelo contrário”, disse.

O presidente da Câmara também citou preocupação de Guedes em relação aos fundos de desenvolvimento regional, que poderiam retirar receitas do governo federal. “Isso não vai acontecer”, afirmou.

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