A Justiça dos Estados Unidos colocou em sua mira o apartamento de José Maria Marin em Nova York e promete confiscá-lo se o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) for condenado no processo em que é acusado de ter recebido propinas em território norte-americano. Fontes próximas às investigações revelaram ao jornal O Estado de S. Paulo que um dos focos do processo será o confisco das propriedades dos dirigentes da Fifa (entidade máxima do futebol) presos em 27 de maio em Zurique, na Suíça.
Marin tem um imóvel em Nova York avaliado em cerca de 2 milhões de dólares (6,5 milhões de reais), na célebre Trump Tower. No 41° andar, ele tem uma vista privilegiada para a 5ª Avenida. Se eventualmente for extraditado para os EUA, ele poderia dar esse imóvel, adquirido no final dos anos 1980, como parte de sua fiança – e o apartamento seria temporariamente confiscado pela Justiça.
Mas se o ex-presidente da CBF for condenado ao final do processo, parte da multa que terá de pagar significará o confisco definitivo do apartamento de luxo. Fontes do FBI (polícia federal norte-americana) confirmaram que a lista de propriedades, contas e bens do cartola brasileiro já começa a ser desenhada. Não é por acaso que, quando o esquema de corrupção na Fifa estourou, o também ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira colocou sua casa na Flórida (EUA) à venda.
Outro caso
Marin não é o único afetado. No fim de semana passado, o ex-vice-presidente da Fifa Jeff Webb foi o primeiro cartola a se sentar diante de um juiz nos EUA. Para aguardar em liberdade condicional, ele foi obrigado a entregar dez de suas propriedades como garantia. Quatro delas, no Estado da Geórgia, já foram confiscadas. (AE)