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EUA: relatório do governo descreve trauma das crianças separadas dos pais na fronteira

Crianças com máscaras saem do centro Cayuga, em Nova York, que abriga crianças imigrantes que foram separadas dos pais, em foto de julho de 2018. (Foto: Mike Segar/Reuters)

Em 2018, Trump declarou uma política de “tolerância zero” na fronteira com o México, o que levou à separação de centenas de famílias. A maioria delas é formada por centro-americanos. “As crianças separadas mostraram mais medo, sentimentos de abandono e de estresse pós-traumático do que as crianças que não haviam sido separadas”, escreveu o inspetor-geral do Departamento de Saúde em um informe sobre as visitas realizadas em meados de 2018 por suas equipes a 45 centros de acolhida para menores migrantes.

“Alguns expressavam uma dor aguda que os fazia chorar sem parar”, outros “se negavam a comer, ou a participar das atividades”, e os que não entendiam por que estavam separados de seus pais “sofreram altos níveis de angústia mental”, acrescenta o escritório do inspetor-geral, um órgão que supervisiona de maneira independente as estruturas subordinadas ao Departamento. Segundo o relatório, “a separação de famílias e um processo de reunificação desordenada se somou ao trauma” dos menores que já enfrentavam abusos ou violência em seus países de origem ou na rota migratória.

As tragédias sofridas por estas famílias, oriundas principalmente de Guatemala, Honduras e El Salvador, geraram preocupação inclusive nas fileiras do Partido Republicano de Trump. O presidente pôs fim a esta política em junho, enquanto um juiz ordenava a reunificação das famílias divididas. Os profissionais da Saúde disseram se sentir sem recursos diante da situação, comparando a ação a um simples “curativo” para feridas profundas.

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