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Eventual denúncia contra Temer teria que ter autorização por 342 votos na Câmara dos Deputados

Para Temer, "não há chances" de a Câmara aprovar abertura de processo por crime. (Foto: Ed Ferreira/AE)

O presidente Michel Temer aposta na sua relação com os deputados, principalmente com o chamado baixo clero, para barrar eventual denúncia a ser apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A expectativa é que Janot apresente a denúncia no STF (Supremo Tribunal Federal), mas a Constituição determina que a abertura de processo seja autorizada pela Câmara, por 2/3 dos deputados, ou seja, 342 dos 513. Temer tem recebido deputados, aprovado pacote de bondades e usado nomeações no Diário Oficial para agradar a base.

A aliados, o presidente disse que “não há chances” de a Câmara aprovar abertura de processo por crime penal ou mesmo impeachment, por crime de responsabilidade. Aliados contabilizam que, com todo o desgaste, o Palácio do Planalto tem pelo menos 250 votos. Além disso, parlamentares dizem que não há boa vontade com o Ministério Público na Casa, por um sentimento de corporativismo, visto que vários deputados ou ex-deputados têm sido presos na Operação Lava-Jato.

Nos corredores, os parlamentares dos partidos do chamado centrão lembram que eles também são alvo e que Temer “foi um deles”. O presidente comandou a Casa por três vezes.

“Se o Temer não tiver 171, 172 votos, é melhor ele renunciar. E ele tem uma base de mais ou menos 250”, disse um interlocutor de Temer.

Nos bastidores, os parlamentares aliados reclamam da ofensiva do Ministério Público e da Polícia Federal. Pesa ainda o fato de o mandato do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acabar em setembro, ou seja, no futuro não será mais ele que mandará na PGR.

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