A jornalista Miriam Dutra, que manteve um relacionamento amoroso com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, vai depor à PF (Polícia Federal) no dia 7 de abril. Ela reside em Lisboa (Portugal), mas fez questão de comparecer à sede do órgão em São Paulo.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, ela acusou o líder tucano de ter pago parte das despesas dela e do filho Tomás, no exterior, por meio da Brasif S/A Exportação e Importação, empresa que atuava como concessionária do governo federal. Segundo o Jornal do Brasil, no dia 26 de fevereiro a PF abriu um inquérito para apurar as polêmicas declarações da jornalista.
Miriam também revelou a existência de um contrato fictício de trabalho com a Brasif, destinado a justificar o recebimento dos recursos. A empresa nega que tenha realizado a contratação a pedido do ex-chefe do Executivo.
Fernando Henrique, por sua vez, já afirmou que “está doido para ser ouvido pela PF”, para esclarecer a questão. “Eu acho bom que essa investigação ocorra, para acabar de vez com as suspeitas que foram lançadas por uma única pessoa, sem qualquer documento, nem nada”, disse ele em entrevista à edição de domingo do jornal O Estado de S. Paulo.
Miriam Dutra teria engravidado do ex-presidente quando ainda atuava como repórter da Rede Globo, em Brasília. Depois foi morar em Portugal e nunca mais retornou ao Brasil. Mas uma certidão de nascimento obtida pela imprensa mostra que o nome de Fernando Henrique não consta no registro do filho da jornalista, embora o tucano tenha afirmado que atestou a paternidade em um cartório de Madri (Espanha).