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Ex-assessor de Flávio Bolsonaro vai prestar depoimento ao Ministério Público sobre depósitos e saques

Flávio Bolsonaro com o pai, Jair Bolsonaro, presidente eleito do País. (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

O policial militar Fabrício Queiroz , ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), vai depor ao Ministério Público do Rio nesta quarta-feira. A informação foi confirmada pelo jornalista Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo. Desde que relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) veio à tona, no último dia 6, apontando movimentações “atípicas” em sua conta, o ex-assessor está em silêncio e em lugar incerto.

Além de Queiroz, que atuava como motorista e segurança de Flávio até outubro, outros 74 servidores e ex-servidores da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) aparecem no relatório do Coaf.

Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão. Entre as transações estava o pagamento, em cheque, de R$ 24 mil para a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou tratar-se do pagamento de parte de uma dívida de R$ 40 mil.

A conta recebeu depósitos em dinheiro vivo e sem identificação em datas próximas aos pagamentos de salários para servidores da Alerj.

Além de Queiroz, trabalharam ou trabalham no gabinete de Flávio a mulher do PM, Márcia Aguiar; as filhas Nathalia e Evelyn Melo de Queiroz; e a enteada Evelyn Mayara de Aguiar Gerbatim. O pai de Evelyn Mayara, Márcio da Silva Gerbatim, também foi funcionário do senador eleito.

A reportagem foi na segunda-feira novamente aos endereços de Queiroz e não encontrou nenhum integrante da família. Perguntado sobre as suspeitas sobre o ex-assessor do filho, seu amigo há mais de 30 anos, Bolsonaro encerrou a entrevista com jornalistas durante a inauguração de um colégio militar em Duque de Caxias. Flávio também compareceu à solenidade, mas não falou do assunto.

“No meu gabinete todo mundo trabalha”

O senador eleito pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, afirmou na manhã desta terça-feira (18) que a movimentação atípica encontrada pelo Coaf nas contas de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, deve ser explicada por ele e que todos os funcionários trabalham em seu gabinete. Ele foi questionado quando chegava à cerimônia de diplomação para o cargo, no Centro da capital fluminense.

“A movimentação atípica é na conta dele. No meu gabinete todo mundo trabalha”, destacou o senador.

O nome de Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor do filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, aparece no relatório que integrou a investigação da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro que prendeu dez deputados estaduais no início de dezembro.

Flávio Bolsonaro afirmou que está tranquilo sobre a apuração do caso e voltou a dizer que as explicações cabem a Fabrício. “Não tem anda de errado com o meu gabinete, estou aqui no momento que Deus está me dando a oportunidade de exercer o mandato de senador pelo Rio de Janeiro e é isso o que eu vou fazer. Estou com toda a tranquilidade, sem dever nada para ninguém”.

Sobre Nathalia Melo de Queiroz, filha de Fabrício Queiroz e que esteve lotada no gabinete do presidente eleito entre 2016 e 2018 na Câmara dos Deputados ao mesmo tempo em que atuava como personal trainer, ele afirmou que nada a impede de ocupar dois empregos ao mesmo tempo.

“Aqui não é quartel, nada impede a pessoa de ter uma outra atividade, sem problema nenhum”, afirmou Flávio Bolsonaro.

Questionado também se estava chateado com a imprensa, ele destacou que os órgãos de comunicação cumprem seu papel: “a imprensa está fazendo o trabalho dela”.

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