Em sua delação premiada, assinada com a PGR (Procuradoria-Geral da República) após oito meses de tratativas, o ex-deputado federal e ex-presidente do PP Pedro Corrêa (PE) cita políticos governistas e da oposição.
O acordo ainda não foi homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), mas a Folha de S.Paulo afirma ter obtido acesso a uma parte do depoimento de Corrêa, preso em Curitiba (PR). Um dos trechos, sobre operadores de propina, incluiu o nome de Andrea Neves, irmã e assessora do senador Aécio Neves (PSDB-MG), como responsável por movimentações financeiras do tucano.
Conforme o mesmo relato, a votação que aprovou a emenda constitucional possibilitando a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1997, contou com apoio financeiro de empresários como Olavo Setúbal, do Banco Itaú, falecido em 2008. “Setúbal orientava os parlamentares a procurarem um doleiro, que pagava as propinas em Brasília”, disse Corrêa.
Em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, outro trecho fala em uma reunião com o petista, o então ministro José Dirceu (Casa Civil) e José Eduardo Dutra, presidente da Petrobras em 2004. O motivo seria a nomeação de Paulo Roberto Costa, indicado pelo PP para a diretoria de Abastecimento da estatal. Poucos dias depois da nomeação de Costa, o partido teria destravado a pauta do Congresso Nacional. (Folhapress)