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Ex-diretores da Odebrecht explicam ao Tribunal Superior Eleitoral como funcionava relação com políticos

(Foto: Reprodução)

O ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Hermam Benjamim marcou uma acareação com três deltadores da Odebrecht: Marcelo Odebrecht, Hilberto Mascarenhas e Cláudio Melo Filho. A acareação acontecerá na sexta-feira (10) e será feita por videoconferência, ou seja, cada delator participará da cidade onde reside, ou no caso de Marcelo Odebrechet, de onde está preso.

A acareação pode ter sido motivada por depoimentos conflitantes dados por Marcelo Odebrecht e outros ex-executivos da empreiteira. Uma dessas contradições é sobre o jantar no Palácio do Jaburu em 2014, quando foi discutido apoio financeiro da Odebrecht para campanhas do PMDB.

Em seu depoimento ao ministro do TSE Hermam Benjamim, o ex-diretor de relações institucionais Claudio Melo confirmou o que já tinha dito em seu acordo de delação premiada, que veio a público em dezembro. Ele afirmou que neste jantar “Temer solicitou direta e pessoalmente a Marcelo Odebrechet apoio financeiro para as campanhas do PMDB, em 2014”. Cláudio Melo disse também “que considerando o fato de Temer ser o vice-presidente na época, e presidente do partido, Marcelo Odebrecht acertou o pagamento de R$ 10 milhões”.

No depoimento desta segunda ao TSE, Cláudio Mello deu mais detalhes sobre este jantar, disse que após o pedido de Temer por apoio financeiro ao PMDB, Marcelo Odebrecht ofereceu R$ 10 milhões e sugeriu que este dinheiro fosse todo destinado para a campanha de Paulo Skaff ao governo de São Paulo.

Segundo ele, houve discordâncias entre os presentes, que consideraram que o apoio deveria ser divido entre outros candidatos do PMDB. Marcelo Odebrecht, ainda na versão de Claudio Melo, teria proposto então que R$ 6 milhões fossem para Paulo Skaff e R$ 4 milhões para outros candidatos, a critério do PMDB.

Na semana passada, em depoimento ao TSE, Marcelo confirmou o jantar, mas, diferentemente do que disse Claudio Melo, afirmou que não tratou de valores diretamente com o então vice-presidente Michel Temer. O valor e a divisão do dinheiro entre os candidatos teriam sido acertados, segundo Marcelo Odebrecht, em uma outra conversa entre o ministro licenciado Eliseu Padilha e o ex-diretor da Odebrecht Claudio Mello, sem a presença de Temer. A acareação poderia esclarecer quem está falando a verdade, se Marcelo Odebrecht ou Claudio Melo Filho. (AG)

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