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Ex-ministro de Bolsonaro indica fim da CPI do MST após o presidente da Câmara anular a convocação do chefe da Casa Civil de Lula

Salles é deputado federal em meio ao mandato e sonha em disputar o Senado em 2026. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O deputado Ricardo Salles (PL-SP) afirmou nesta quarta-feira (9) que não vai mais pedir a prorrogação da CPI do MST. Salles é relator da Comissão Parlamentar de Inquérito.

A CPI tem prazo de funcionamento até 14 de setembro, mas poderia ter o período de atuação prorrogado. Já havia um requerimento pronto para prolongar os trabalhos por mais 60 dias.

A decisão de prorrogar o funcionamento cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que nesta quarta anulou convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, aprovada pelo colegiado.

Ao justificar o pedido, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) afirmou que “não se demonstrou no requerimento a conexão entre as atribuições do ministro da Casa Civil da Presidência da República e os fatos investigados pela CPI sobre o MST”.

Em outro revés para o colegiado dominado por oposicionistas, o Republicanos retirou deputados de perfil contrárias ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A sigla negocia o comando de um ministério.

A medida adota por Lira e as trocas realizadas pelo Republicanos foram interpretadas como manobras para esvaziar a comissão.

“Diante dessas manobras regimentais e a clara arregimentação de partidos que estão negociando espaços no governo, claramente não é mais o caso de prorrogar a CPI. Não podemos querer prorrogar algo cujas pernas foram amputadas”, disse Salles.

O relator ainda afirmou que as mudanças foram feitas para “agradar ao governo”.

“O centrão enterrou a CPI. Traiu a Frente Parlamentar da Agropecuária, traiu o agronegócio brasileiro. Nós não vamos fazer jogo de cena, não vamos prorrogar o prazo da CPI”, afirmou.

O presidente da CPI, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), também criticou o que chamou de “pressão do Palácio do Planalto” junto às bancadas para substituir os integrantes de oposição por perfis governistas.

“Isso levará à alteração na correlação de forças, praticamente inviabilizando qualquer tipo de investigação que contrarie os interesses de quem hoje ocupa o poder. O pneu está sendo trocado com o carro em movimento, as regras do jogo mudando na metade do campeonato”, declarou.

A CPI tem prazo de funcionamento até 14 de setembro, mas poderia ser prorrogado em até 60 dias.

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