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Ex-ministro de Bolsonaro pede desculpas a advogado por broncas no interrogatório no Supremo

Paulo Sérgio Nogueira seria um dos responsáveis pela elaboração do documento conhecido como “minuta do golpe”. (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira pediu desculpas ao advogado dele, Andrew Fernandes Farias. Durante o interrogatório na ação sobre a tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF), realizado na terça-feira (10), o general do Exército se irritou com o seu representante e chegou a tratá-lo com rispidez.

“As falas que fiz em alguns momentos não foram apropriadas”, disse o ex-ministro de Jair Bolsonaro em comunicado. “Apresento minhas escusas ao Dr. Andrew e manifesto a elevada estima e o agradecimento a toda a sua equipe pelo proficiente trabalho, cuja excelência tem fortalecido a confiança na solidez da minha defesa.”

Durante o depoimento, o advogado questionou o militar sobre uma reunião ministerial que ocorreu em 2022. “General, só para esclarecer alguns pontos que me parecem relevantes. Consta na denúncia que essa reunião do dia 14 de dezembro…”, iniciou o advogado. “Vai me perguntar sobre a reunião, cara?”, interrompeu Nogueira com indignação.

O general afirmou irritado: “Já respondi tudo isso ao nobre presidente Alexandre de Moraes. Ok?”. “Você não combinou comigo (de fazer perguntas sobre a reunião)… Mas tudo bem…”, acrescentou, em tom de repreensão.

Desculpas

De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Sérgio Nogueira seria um dos responsáveis pela elaboração do documento conhecido como “minuta do golpe”, o esboço de um decreto que romperia com a ordem institucional.

Em seu depoimento no STF, Paulo Sérgio Nogueira pediu desculpas ao ministro Alexandre de Moraes. Acusado de fomentar as narrativas sobre fraude eleitoral, quando questionado sobre o tema, disse: “queria me desculpar publicamente por ter feito essas colocações”.

“Tratei com palavras totalmente inadequadas o trabalho do Tribunal Superior Eleitoral”, afirmou no interrogatório. De acordo com o militar, há época ele tinha três meses de Ministério da Defesa após mais de 40 anos de Exército, por isso, mantinha ainda uma “postura de militar”. “Quando vi esse vídeo, posteriormente, não acreditei.”

Advogados de outros réus na ação que julga suposta tentativa de golpe de Estado comentaram que, se tivessem sido tratados da maneira como o ex-ministro da Defesa tratou Andrew Farias, teriam “abandonado a causa na hora”. As informações são dos portais Estadão e Metrópoles.

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