A Justiça Federal em Brasília determinou o cumprimento de mandados de busca e apreensão nas casas dos irmãos Joesley e e Wesley Batista, donos da JBS, que detém as marcas Friboi e Seara. A medida faz parte da Operação Bullish, que apura supostos ilícitos em aportes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no grupo empresarial. Também é alvo da medida o ex-presidente do banco Luciano Coutinho.
Ao menos 21 pessoas estão na mira da operação. Além dos mandados de busca e apreensão, também foram determinadas conduções coercitivas de envolvidos. A Justiça negou pedido de prisão contra os fundadores do grupo JBS, sob o argumento de que poderá “abalar ainda mais a já afetada imagem” da empresa e de que, por ora, ela não seria necessária. Mas ordenou, alternativamente, a apreensão dos passaportes de investigados.
O BNDES fez aportes superiores a 8 bilhões de reais na holding dos irmãos Batista, a partir de 2007, para a sua expansão. Parte dos recursos foi injetada pelo BNDESPar, braço do banco para a aquisição de empresas, por meio da subscrição de ações da JBS.
A investigação da Polícia Federal e do MPF (Ministério Público Federal) indica que houve desistência da compra da Nacional Beef, sem a devolução dos recursos empregados. Também aponta a compra de ações do grupo por preços mais altos que os praticados no mercado, o que teria resultado num prejuízo de 30 milhões de reais. Houve ainda, segundo os investigadores, dispensa de garantias necessárias aos negócios e aprovação de investimentos em prazo exíguo para a análise das operações.
A 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, considerou que há indícios de irregularidades graves.
